Bitcoin acelera ganhos e encosta nos US$ 99 mil após Gensler pedir demissão da SEC
O bitcoin acelerou ganhos e “encostou” nos US$ 99 mil após o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Gary Gensler, anunciar que deixará o cargo no dia 20 de janeiro do ano que vem, data em que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assumirá o governo.
Gensler é tido como grande adversário do setor, tendo liderado o órgão regulador em meio aos processos contra grandes empresas do mundo cripto, tais quais Binance, Kraken e Ripple.
O executivo era da opinião de que quase todas as moedas digitais, à exceção do bitcoin, eram valores mobiliários não registrados. Trump prometeu durante a campanha que trabalharia pela demissão de Gensler.
Trump promete criar conselho cripto
Também no radar, de acordo com a Reuters, Kraken, Ripple, Circle e outras empresas estão buscando assentos no conselho cripto que Trump prometeu criar.
O conselho ajudaria na estruturação da regulamentações para os criptoativos, estabeleceria uma reserva nacional de bitcoin e coordenaria o trabalho de reguladores como SEC e a Comissão de Negociação de Commodities e Futuros (CFTC).
Perto das 17h24 (horário de Brasília) o bitcoin subia 4,7% em 24 horas, cotado a US$ 98.580 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, dispara 9,5% a US$ 3.363, conforme dados do CoinGecko.
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 3,4 trilhões.
Em reais, o bitcoin apresentava ganhos de 4,7% a R$ 573.237, enquanto o ether avança 9,2% a R$ 19.531, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) sobe 9,4% a US$ 256,51 e o BNB (token da Binance Smart Chain) tinha alta de 3% a US$ 624,70.
Criptoativos: saldo líquido entre os fundos
Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista negociados nas bolsas americanas, ontem foi registrado um saldo líquido positivo de US$ 773,4 milhões, no terceiro pregão consecutivo de entrada de capital.
O principal responsável pelos números positivos foi o IBIT, da BlackRock, com US$ 626,5 milhões de excesso de compras de cotas em relação às vendas. Entre os ETFs de ether, o fluxo foi negativo em US$ 30,3 milhões. Quem impulsionou a saída de capital foi o FETH, da Fidelity, com US$ 30,7 milhões.
Segundo Vinicius Bazan, CEO da Underblock, a quebra de máximas sucessivas pelo bitcoin ocorre em parte porque desde que a moeda digital foi criada os EUA nunca haviam tido um presidente pró-cripto.
“É muito importante o palco político que Trump criou em torno de cripto. Espera-se que ele traga um ambiente com menos amarras e mais aberto para a inovação.
Pode zerar impostos em transações com cripto para moedas emitidas nos EUA ou zerar ganhos de capital para bitcoin”, destaca.
Bazan diz que a demissão de Gensler, por sua vez, é considerada o ponto mais importante que o mercado comprou desde as eleições, já que destrava a possibilidade de criação de novos produtos relacionados aos criptoativos, tais quais os ETFs de solana.
Correção quando os US$ 100 chegarem?
No entanto, o CEO da Underblock acredita que uma correção tem grandes chances de ocorrer quando os US$ 100 mil forem atingidos.
“Nos US$ 100 mil há grandes chances de realização de lucros por ser uma marca esperada há muito tempo pelo mercado, um nível psicológico importante. Há uma certa resistência se projetarmos os topos de 2021 em uma linha de tendência, então há boa chance de volatilidade ali, mas não será o topo do ciclo”, projeta.
Paulo Boghosian, diretor executivo do TC Pandhora, afirma que mudanças estratégicas, como a saída de Gensler da SEC e uma reestruturação do Departamento de Comércio, sugerem uma abordagem pró-cripto, alimentando otimismo no mercado. “O bitcoin atingiu 98 mil dólares, mantendo uma tendência de alta alimentada por fatores como as movimentações do comitê de transição de Trump, que indicam um ambiente mais favorável à indústria cripto.”
Com informações do Valor Econômico
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