Quanto você guarda do seu salário para a aposentadoria? Se é menos de 20%, cuidado, pois este é o percentual que os economistas e planejadores chilenos estabeleceram como o adequado para quem quer se aposentar bem e evitar problemas e queda de padrão de vida.
O Chile foi o primeiro país latino americano a fazer uma grande reforma da previdência, isso ainda nos anos 80. Foi um sucesso na época e serviu de exemplo para todos os países da região.
Mas 40 anos depois, os chilenos enfrentam problemas que nos servem de lição. São muitos os que chegaram a aposentadoria sem recursos suficientes para se manter.
A crise foi tanta que exigiu do governo fazer ajustes à reforma original, criando um pilar solidário, pago pelo governo, para engrossar a receita dos aposentados.
Guardar não basta
A primeira lição que vem do Chile é esta: guardar apenas 10% de seu salário para a aposentadoria, como era recomendado na época da reforma, é insuficiente.
O aumento da expectativa de vida impõe que você tenha que reservar uma parcela maior para o futuro. E não apenas isso. Guardar dinheiro é parte do processo, mas tão relevante quanto é investir.
Há uma diferença enorme entre guardar dinheiro e investir. Quando você guarda dinheiro, simplesmente o aplica com o objetivo de manter seu poder de compra, ou seja, faz aplicações que o proteja da inflação.
Mas quando você investe o seu dinheiro, quer mais do que uma taxa de retorno igual à inflação. Nesse caso, você deseja fazer crescer seu patrimônio, e para tanto busca rendimento acima da inflação. É o fermento que fará o bolo crescer.
Afinal, como se aposentar ganhando bem?
Para garantir sua aposentadoria, é preciso investir. Logo, só uma estratégia de investimentos de longo prazo poderá dar a você a certeza de que seu patrimônio irá crescer ao longo do tempo.
Para tanto, você deve estar disposto a correr riscos. Porém, o nível dependerá de algumas variáveis, como sua própria tolerância ao risco, sua idade e o prazo de que você dispõe para atingir seu objetivo.
Sua carteira, então, precisará ter investimentos que contemplem os mais diferentes graus de risco, criando um equilíbrio capaz de atender ao seu perfil de investidor (seja você conservador, moderado ou arrojado) e também de fazer você atingir sua meta ― no caso, a aposentadoria.
O risco das fraudes e promessa de ganho fácil
Outra lição que aprendemos com os chilenos é que quando o assunto é aposentadoria, a educação financeira se impõe para evitar cair em fraudes e promessas vãs de dinheiro fácil e rápido.
Por fim, conversando com fontes do Banco Central do Chile envolvidos com educação financeira, eles foram categóricos: o investimento não é apenas financeiro. Isso quer dizer que educação previdenciária é transversal e precisa envolver o ministério da Saúde e também o da Educação.
E por quê? Porque será necessário aprender desde cedo a preparar o seu corpo e mente para a longevidade, pois tudo indica que será preciso ter saúde e estar atualizando seus conhecimentos para trabalhar um pouco mais, ainda que seja em outra carreira. E isso poderá ser muito bom.