Executivos da MRV (MRVE3) veem futuro positivo apesar de prejuízo aumentar em 2024

Companhia projeta crescimento para 2025 com foco no mercado de baixa renda e vendas de ativos da Resia nos EUA

Empresas citadas na reportagem:

A MRV (MRVE3) terminou 2024 com prejuízo líquido de R$ 249,8 milhões, mais do que duas vezes maior do que em 2023, mas, para seus executivos, esse “ciclo duro” já terminou. A empresa fez teleconferência com analistas, nesta terça-feira (25), para comentar os resultados do quarto trimestre.

O resultado teve forte influência da operação americana do grupo, a Resia, que está com plano de vender ativos para gerar caixa. Segundo o co-CEO, Rafael Menin, ainda há US$ 700 milhões em ativos — projetos prontos ou em finalização, e terrenos — para serem vendidos.

Ricardo Paixão, diretor financeiro da MRV&Co, afirmou que alguma venda de ativo já pode ocorrer no segundo trimestre, mas que a maior concentração dessas comercializações é esperada para o segundo semestre deste ano.

O futuro da Resia ainda é incerto. Menin ressaltou que sua família investe no mercado americano há mais de 20 anos e que tem convicção sobre aquele ambiente, mas disse que o momento do investimento na Resia “acabou não sendo adequado”, com a subida de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

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    O país, no entanto, “deve continuar crescendo mais do que o Brasil”, e há segurança de que a Resia terá “um futuro brilhante pela frente”. Mas o executivo afirmou que, eventualmente, alguma mudança societária devera ser feita na empresa.

    Na incorporação brasileira, o cenário micro está muito positivo e saudável para os projetos voltados à baixa renda, destacou Eduardo Fischer, também co-CEO do grupo. E pode ficar ainda melhor, caso sejam feitas atualizações nas faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

    “Existe um debate em andamento e, na minha opinião, temos boas perspectivas de que ajustes saiam, talvez ainda ao longo do primeiro semestre”, disse.

    A inflação de custos para construir está controlada no geral do país, segundo Menin, mas preocupa mais em São Paulo, onde a competição por mão de obra e fornecedores é acirrada, dado o volume de lançamentos dos últimos anos.

    Mesmo assim, a empresa optou por elevar a sua projeção interna de inflação, para proteger seu orçamento de possíveis altas. “Preferimos ter uma inflação mais conservadora”, afirmou Menin.

    O executivos veem como possível aumentar o número de unidades vendidas em 2025, ante as 38,7 mil de 2024, e subir os preços das unidades ao menos de acordo com a inflação, “e provavelmente acima dela”, segundo Fischer.

    O grupo MRV tem ainda uma divisão de residenciais para renda, a Luggo. Perguntado sobre ela, Menin afirmou que está convicto que ela “fará diferença” no futuro, mas que, por causa dos juros, a velocidade da operação teve que ser reduzida.

    A Luggo tem cinco projetos atualmente, dois com a Brookfield e três com outros compradores. Para ir além disso, busca mais parceiros. “Estamos conversando com fundos imobiliários, mas sabemos que o momento atual não é o melhor para eles”, disse Menin.

    De acordo com ele, a MRV não quer expor seu próprio capital em novos projetos desse segmento.

    *Com informações do Valor Econômico

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