‘Preconceito’ contra ações do Banco do Brasil (BBAS3)? Analistas respondem afirmação do CFO do banco

Geovanne Tobias diz ser difícil quebrar paradigmas do mercado sobre papéis da instituição

Empresas citadas na reportagem:

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) têm desconto maior do que seu pares privados por “preconceito” de parte do mercado. A fala é de Geovanne Tobias, CFO da instituição, ao afirmar, nesta quinta-feira (20), em conferência com jornalistas, que, mesmo com as iniciativas em governança e resultados positivos, o BB “não consegue desmistificar” a visão do mercado de que a influência política sempre está pairando sobre as decisões técnicas do banco.

“Paira muito essa dúvida (sobre a eficiência do banco). E é difícil você quebrar um paradigma que está na cabeça de muitos investidores”, afirma. “Eu tenho o maior dividend yield entre os bancos. E, mesmo assim, o mercado desconta do Banco do Brasil o que ele chama de risco político”, acrescenta.

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    Nesse sentido, ele diz que o Banco do Brasil está “extremamente barato” na bolsa. “Na visão de preço contra o valor patrimonial, estou sendo negociado abaixo do meu valor patrimonial”. Sobre isso, alguns analistas responderam às afirmações de Tobias.

    O que o mercado enxerga?

    De fato, os analistas apontam que há mais temores com relação ao Banco do Brasil por conta do risco associado a possíveis intervenções políticas. “Esse desconto já existe há muitos anos”, destaca Victor Bueno, analista da Nord Investimentos.

    Bueno menciona que Santander e Bradesco chegaram a registrar P/VPA abaixo de 1, assim como o BB atual, “mas em momentos em que o resultado estava indo mal”. É algo que não pode ser dito do BB neste momento.

    É hora de entrar nas ações BBAS3?

    Por sempre ter existido, o desconto “não é exatamente uma oportunidade” para investir no papel, diz Bueno, porque a expectativa é de que isso seguirá existindo. Contudo, ele diz que o desconto do BB “já foi muito maior”. Negociou com P/VPA 70% menor que o do Itaú, por exemplo, em 2021. Agora, esse desconto gira em torno de 40%.

    Hoje, está entre 29% e 30%, ou seja, com desconto abaixo do entendido como aceitável pelo analista, depois da forte alta das ações deste ano, de 20%.

    Já Hayson Silva, analista da Nova Futura, vê oportunidade no atual cenário, “especialmente se os fundamentos da companhia continuarem sólidos”.

    Além disso, a queda dos últimos dois dias pode significar “um ponto de entrada interessante”, com a ponderação de que o crescimento do banco para este ano deve ser “mais suave”, ainda segundo Silva.

    Para Marco Noernberg, da Manchester Investimentos, o atual momento pode ser uma oportunidade, “principalmente para quem carregar o papel por um período maior”. Contudo, no curto prazo, existem novos desafios que podem derrubar o preço.

    Um dos riscos para os próximos meses é o custo de captação para crescimento da carteira de crédito. Além disso, o índice de Basileia, que monitora a saúde financeira dos bancos, do BB deteriorou. O índice de Basileia do Banco do Brasil passou de 13,75% para 15,45% em doze meses. 

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