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Via e Magazine Luiza: por que as varejistas devem ser afetadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia
O potencial de novo incremento à inflação é o maior risco do conflito entre Rússia e Ucrânia para o setor de consumo no Brasil, observam analistas da XP Investimentos.
“O aumento nos preços das commodities e possível depreciação cambial devem por uma pressão adicional na inflação, o que por sua vez compromete ainda mais o poder de compra dos consumidores.”
Em relatório, a equipe da corretora de investimentos diz que as varejistas on-line devem ser algumas das mais afetadas, especialmente Via (dona das Casas Bahia e Ponto) e Magazine Luiza, por conta da sua maior exposição à linha branca e eletrônicos. Na sequência, diz o texto, estão empresas de consumo discricionário mais focados em classes mais baixas.
A XP reforçou a preferência por ações com perfis de risco e retorno “mais balanceados e com maior liquidez”, citando Raia Drogasil, Assaí, Arezzo &Co e Grupo Soma.
Algumas empresas podem ser atingidas mais diretamente, de acordo com o relatório: Alpargatas e Natura &Co. A dona da Havaianas deve sentir o efeito do aumento dos preços de petróleo, que têm forte correlação com sua principal matéria-prima, a borracha sintética. Cerca de 70% de seus custos têm essa origem.
Já para a Natura &Co, a Rússia é um dos oito maiores mercados da Avon Internacional, que também opera na Ucrânia, embora o volume seja menos relevante. “Como referência, nós estimamos que a Avon Internacional represente aproximadamente 25% da receita consolidada do grupo.”
No setor de bebidas, a corretora diz que já era esperado que as pressões de custos continuassem a ser sentidas nas margens da Ambev, que ontem divulgou a projeção de aumento no custo por hectolitro de 16% a 19% em 2022.
“Uma perspectiva macro mais deteriorada afeta negativamente o poder de precificação da empresa. Os efeitos da crise Rússia/Ucrânia em pressionar os preços das commodities e aumentar a inflação podem surpreender a previsão da empresa de custos e despesas de vendas e administrativas, em nossa opinião, afetando negativamente a recuperação das margens.”
Com reportagem Valor Econômico.
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