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Telefônica Brasil (VIVT3) se prepara para ampliar crédito e fintech com licença do Banco Central
A Telefônica Brasil (VIVT3) revelou a investidores nesta terça-feira (5) que “iniciou preparativos” para formular um pedido ao Banco Central para abrir um braço de operações de crédito próprio. O plano da operadora é reforçar a plataforma de soluções de financiamento a clientes, migrando para modalidade de menor risco do que o empréstimo pessoal.
Christian Gebara, CEO da empresa, afirma que a operadora “é um candidato fácil” para operar crédito próprio com autorização do BC. “Nós estamos preparando a documentação para o pedido de SCD (Sociedade de Crédito Direta), e os prazos são os prazos do BC. Mas acreditamos que somos um candidato fácil para conseguir uma licença dessa natureza, pela robustez da operação”, disse Gebara.
Telefônica Brasil (VIVT3): os planos para a ‘fintech’ interna
De acordo com Gebara, o objetivo ao abrir um pedido de SCD é ter “maior flexibilidade” para oferecer mais serviços de crédito “que hoje não conseguimos somente com uma licença IP, ou com o aluguel de uma licença de outro parceiro”.
A Vivo possui hoje apenas a credencial de instituição de pagamento, o que a permite apenas iniciar ou emitir transações de crédito. A empresa tem uma modalidade de crédito pessoal que atingiu uma carteira de R$ 358 milhões em 2023, com receita de mais de R$ 100 milhões.
A receita com produtos financeiros da Vivo aumentou em 36% entre 2022 e 2023, e hoje representa uma fatia de R$ 403 milhões no faturamento da operadora.
Assim, completa o CEO, a Vivo quer aumentar o portfólio de produtos envolvendo crédito. “Isso só vai acontecer com um volume grande de clientes que adotarem esses serviços através da Vivo”, disse Gebara. A concessão não muda parcerias atuais da Vivo, prosseguiu.
Pix Parcelado, Saque FGTS e mais
Ricardo Hobbs, vice-presidente de Estratégia da Telefônica Brasil (VIVT3), disse que a preferência é evoluir o crédito da operadora para diminuir riscos de inadimplência. “Temos apetite para mais modalidades de crédito. Inclusive que têm menores riscos do que o crédito pessoal por si só”, afirmou o executivo.
A operadora quer construir uma gama de soluções de crédito com garantia, como crédito consignado. Nesse sentido, a Vivo investe por meio de um fundo de private equity na Klubi, uma administradora de consórcios digitais. A companhia também quer oferecer a clientes o saque do FGTS e Pix Parcelado para pequenas compras. “Tudo integrado no aplicativo da Vivo”, detalha Hobbs.
O executivo afirma que a solução de abrir uma fintech própria deve aumentar a margem da Vivo porque a operação deixa de usar licenças de parceiros para operar crédito. Mesmo assim, Hobbs afirmou que “é difícil colocar em números” o quanto será o acréscimo na margem, mas que será “mais econômico (para a Vivo) porque não preciso colocar mais agentes” em operações como certidão de emissão de crédito.
O CEO da Telefônica Brasil (VIVT3) não descartou novas parcerias comerciais ou aquisições para reforçar a fintech. Gebara usou como exemplo a parceria com a Globo, na qual a Vivo distribui o serviço e recebe parte da mensalidade paga pelo usuário.
“Podem existir investimentos em inovação aberta, então estamos abertos a todos os modelos. Temos certeza que nosso avanço em outros serviços serão via parcerias”.
Recompra de ações até 2025 é 2 vezes maior que a de 2023
A Telefônica Brasil (VIVT3) deve entrar em uma fase de baixo custo de aquisição de capital a partir de 2024, afirma o diretor financeiro da companhia, David Melcon.
“O pico de CAPEX (despesas de capital, na sigla em inglês) foi em 2023”, afirmou Melcon. No ano passado, a Vivo teve o custo de arrendamento de torres da Oi, além da migração de clientes da operadora.
A direção da Vivo será para projetos capazes de gerarem uma receita com margens maiores, portanto, sem custo alto, sinalizou o CFO.
Aliado a isso, Melcon afirmou que o custo da operação da Telefônica Brasil deve se manter “abaixo da inflação” em 2024.
Ao anunciar o programa de recompra de ações com extensão até março de 2025, Melcon citou que o valor de reaquisição será de R$ 1 bilhão, duas vezes maior do que programas de recompra de 2023.
A companhia comunicou que o limite máximo de recompra será de 40,8 milhões de ações. A estratégia faz parte da meta da Telefônica Brasil de pagar 100% ou mais do lucro líquido aos acionistas pelos próximos três anos.
Por fim, o CFO disse que a desvalorização do CDI terá impacto financeiro positivo sobre a dívida de R$ 14 bilhões da Vivo. “Ainda que pequena, a dívida financeira teve um custo de CDI a 13%. Uma redução de 3 pontos percentuais vai melhorar o lucro líquido da companhia”, disse David Melcon.
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