Telefônica Brasil (VIVT3) tem lucro líquido de R$ 834,6 milhões no 1º tri, alta de 11,3% na base anual

Empresa tem 1º tri dentro do esperado, com forte geração de caixa, diz Citi

A Telefônica Brasil, dona da Vivo, terminou o primeiro trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 834,6 milhões e uma receita líquida de R$ 12,7 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o faturamento líquido cresceu 12,1%, o maior percentual de expansão em dez anos. Já o lucro líquido aumentou 11,3% na mesma base de comparação.

O resultado da empresa no 1º trimestre do ano veio dentro do esperado, com forte geração de caixa, avaliou o Citi, causada pela melhor dinâmica de capital de giro e menores investimentos. O banco também destaca que o crescimento das receitas móveis veio principalmente pelo número de acessos mais altos, que atingiram 59 milhões, um crescimento de 15% no ano.

Ebitda

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 4,9 bilhões entre janeiro e março, uma alta de 9,6% frente ao primeiro trimestre de 2022, impulsionada pelo incremento da receita líquida.

Para o diretor-presidente da Vivo, Christian Gebara, os resultados positivos da operadora no trimestre refletem avanços não só em seus principais segmentos de atuação — como telefonia móvel, banda larga via fibra óptica e serviços digitais — mas também nas áreas financeira e de entretenimento. A receita da companhia com a distribuição de conteúdo disponibilizado por OTTs (plataformas digitais como Netflix e Spotify) totalizou R$ 101 milhões entre janeiro e março, um incremento de 53%.

“Temos hoje 2,2 milhões de clientes que faturam esse serviço através da conta da Vivo. Isso é muito importante num país onde a penetração de cartão de crédito ainda é baixa. Você criar um veículo de cobrança, que é a fatura da Vivo, gera uma receita para nós, mas também gera a distribuição desse serviço”, explicou Gebara ao Valor.

Receitas de serviços financeiros

O executivo destaca ainda as receitas decorrentes de serviços financeiros, que somaram R$ 94 milhões no primeiro trimestre. Ao fim de março, a carteira do serviço de empréstimo pessoal Vivo Money atingiu R$ 239 milhões, ressalta também o executivo.

Somadas, as duas fontes de receita não-tradicionais (OTTs e serviços financeiros) totalizaram R$ 195 milhões no trimestre. Ainda é pouco quando comparado, por exemplo, com a receita líquida gerada pelo negócio de telefonia móvel no trimestre (R$ 8,8 bilhões), que apresentou alta de 16,3% na comparação anual. Mas, com o acréscimo de novos serviços cujo faturamento cresce de forma acelerada, a Vivo busca diversificar suas fontes de faturamento.

Serviços digitais

As receitas de serviços digitais voltados para o segmento corporativo (B2B), por exemplo, representaram 6,4% do faturamento líquido da operadora no primeiro trimestre. Fazem parte dessa categoria serviços de computação em nuvem e de cibersegurança, entre outros, que juntos contribuíram com R$ 813 milhões para o faturamento da companhia no período (+32% de incremento ante os três primeiros meses de 2022).

No segmento de telefonia móvel, a expansão do faturamento foi alavancada pelos gastos dos usuários de planos pós-pagos (R$ 6,4 bilhões). Entre janeiro e março, a operadora adicionou 738 mil novos acessos móveis. Essas adições se deram tanto pela migração de clientes de planos pré-pagos para controle, quanto pelo saldo positivo de portabilidade de outras operadoras.

Expansão da base de clientes

Considerando todos os serviços oferecidos pela Vivo, a base de clientes da tele terminou março no patamar de 112,3 milhões de acessos (+12,3%, na comparação anual). Desse total, 98 milhões eram linhas de telefonia móvel, com crescimento de 14,9% frente aos primeiros três meses do ano passado.

Perguntado se a Vivo é capaz de manter o ritmo de expansão da receita líquida registrado no trimestre, Gebara evita fazer projeções, mas frisa que a estratégia da companhia passa por reduzir a participação em seu resultado de linhas de negócios com desempenho negativo.

“Ao longo dos últimos trimestres, em que nós tivemos crescimento de receita, a única linha a trazer crescimento negativo, foi a de receita fixa ‘não core’. Ela é representada por voz fixa, pela internet de banda estreita [ADSL] e pelo DTH, que era a televisão via satélite. Se você olhar no primeiro trimestre do ano passado, essa linha de receita que tem crescimento negativo, representava 9% do resultado total da operadora. […] Nesse trimestre ela representa 7%”, compara o executivo.

Banda larga fixa via fibra: um acerto

A aposta da operadora na banda larga fixa via fibra também rendeu frutos no trimestre. A receita com o serviço de fibra óptica até a casa do cliente (FTTH, na sigla em inglês) aumentou 17,7% na comparação anual, o que resultou numa receita de R$ 1,5 bilhão. Com a conexão de 813 mil domicílios à sua rede de fibra no período de 12 meses terminado em março, a operadora fechou o trimestre com 5,7 milhões de residências e empresas conectadas. A rede de fibra óptica da companhia cobre 24,4 milhões de domicílios, espalhados por 436 cidades.

No primeiro trimestre, o conselho de administração da empresa deliberou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor bruto de R$ 396 milhões, relativo ao exercício social de 2023. Para complementar a remuneração dos acionistas, a Telefônica recomprou R$ 72 milhões em ações entre janeiro e março.

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