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Série A do Brasileirão 2023: clube com mais dinheiro, organização e boa gestão será o vencedor?
Começou nesta semana (dia 15) a Série A do Brasileirão 2023, e após o final dos Campeonatos Estaduais tem início a fase adulta do futebol brasileiro. Convenhamos, os Estaduais são simpáticos para quem vence, incomodam os que perdem, mas em termos financeiros para a indústria são um atraso. Exceto para São Paulo, que ainda consegue gerar valor, e para o Rio de Janeiro, em partes.
Então, vamos lá. Afinal, como os clubes entram nessa fase em termos de chances de conquistas e desempenho, baseado apenas no perfil financeiro?
Aqui não tem prognóstico técnico, nem tentativa de ser Mãe Dinah ou Polvo Paul – ok, piada interna para o pessoal mais velho – mas baseado no conceito de que ter mais dinheiro, organização e boa gestão aumenta a chance de títulos, quem será que pode mais e quem pode menos?
Vamos falar de Brasileirão, mas como somos multi-telas, temos janelas para a Copa do Brasil, Libertadores e Sulamericana
Vamos separar em 3 blocos:
- candidatos a bons desempenhos,
- a turma da figuração,
- quem corre riscos.
Candidatos a bons desempenhos
É um grupo que se caracteriza por clubes que tem mais dinheiro, gestão e organização. Nem todos têm tudo ao mesmo tempo agora, mas a combinação costuma dar resultado.
Encabeçam a lista os suspeitos de sempre: Flamengo e Palmeiras. São clubes com receitas acima dos R$ 700 milhões, que possuem capacidade de negociação de atletas que costuma turbina-las, elencos fortes e dívidas controladas, ainda que o palmeiras tenha escorregado um pouco em 2022. Candidatos em todos os campeonatos, mesmo com as sucessões de erros da gestão esportiva flamenguista, que conta mais com a sorte que o juízo. É a vantagem de ter mais dinheiro, o que faz os acertos compensarem os erros.
Na sequência vemos o Athlético Paranaense, o Fortaleza como times que podem fazer boas campanhas. Equilibrados, sem dívidas, e com gestões que costumam apresentar resultados esportivos consistentes. Quem segue os dois é o Atlético MG, que tem bom elenco, suporte de um grupo de mecenas – ninguém sabe até quando, mas estão lá – e um estádio novo.
A turma da figuração
Teoricamente o melhor que podem conseguir é a permanência na Série A, possivelmente sem sustos. Falo de Botafogo, São Paulo, Corinthians Fluminense, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Bahia, Vasco e Red Bull Bragantino.
Receitas altas como Corinthians e São Paulo, algum processo de organização como o Fluminense, Internacional e Grêmio, as SAFs de Bahia, Botafogo, Vasco e Cruzeiro, e o clube-marketing da Red Bull.
O detalhe é que tem alguns casos que são completamente imprevisíveis. São Paulo e Corinthians, que devem apresentar resultados de 2022 com dívidas relevantes e pressão por conquistas após um campeonato estadual fraco, podem tanto encostarem no grupo de cima como se jogarem no grupo de baixo. Mais dinheiro não tem sido acompanhado de boas gestões esportiva e financeira.
O Fluminense, que vem apresentando ótimo futebol, inicia esta fase com receitas apenas na mediana da amostra, tem muitas dívidas, um elenco aparentemente caro, e precisaremos monitorar para ver se terá fôlego financeiro ao longo da temporada. Internacional em fase de reestruturação e organização financeira pode surpreender, e o Grêmio numa espécie de “all-in” de quem voltou da Série B coloca à prova seu tradicional equilíbrio financeiro.
As SAFS estão em fase de maturação. Não parecem em ponto de brigarem por colocações relevantes, mas não é impossível beliscar uma Libertadores, com tantas vagas distribuídas.
Quem corre riscos
Cuiabá, Santos, Goiás, América-MG, Coritiba entram nessa fase com mais riscos. O Santos, porque tem comprometida boa parte de suas receitas, e depende de encontrar uma boa venda e tirar um coelho da cartola.
Falando em coelho, o América-MG está neste grupo mais porque tem receitas menores na amostra que pela organização. O Clube tem mostrado força e pode surpreender e subir de grupo. Coritiba deve entrar “sob nova direção” em breve, o que sempre gera alguns momentos de incerteza, e junto com Goiás e Cuiabá integram os clubes de menores receitas, e portanto, dependem muito mais de uma gestão eficiente para se distanciarem deste grupo incômodo.
Uma certeza: o erro de projeção
A avaliação acima está baseada em premissas extra-campo. E o futebol começa fora, mas a bola muitas vezes entra por acaso.
Portanto, ao final da temporada podem me cobrar, porque a única certeza é que terei errado pelo menos uns 4 ou 5 nomes. Espero que seu clube termine a temporada melhor do que imagine!
Cesar Grafietti escreve todos os domingos para a IF. Esta coluna é um texto extra, aproveitando o início da Série A do Brasileirão 2023.
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