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Quatro indicados de Lula votaram por corte de 0,5 ponto da Selic; Copom silencia sobre futuro
Diferente do que vinha acontecendo desde agosto passado, o colegiado do Banco Central rachou na decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.
Assim, a decisão desta quarta-feira (8) do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano, teve maioria apertada: 5 a 4.
A ala majoritária teve, além do presidente Roberto Campos Neto, os votos de Carolina de Assis Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes.
O grupo derrotado tem os indicados do governo Lula para o Copom: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira.
Nas seis reuniões anteriores, o Copom foi unânime não só no tamanho do corte (0,5 ponto), como também na indicação à frente.
Em quatro reuniões, a decisão veio com a sinalização de reduções de igual calibre nas duas reuniões seguintes.
Na última, em março, quando veio outra diminuição de 0,5 na taxa, a indicação passou para apenas outro corte da mesma magnitude.
Porém, essa previsão acabou sendo descartada, com o comunicado apontando riscos externos e internos, incluindo o fiscal.
Ainda assim, a decisão final já tinha a maioria das apostas no mercado.
A Inteligência Financeira publicou na terça-feira (7) que o corte de 0,25 ponto porcentual da Selic era tido como barbada.
Inflação e política fiscal
Embora apontando continuidade da trajetória de queda da inflação, o Copom citou que essa convergência em direção às metas agora deve ser mais lenta.
Por isso, o órgão deixou de sinalizar o que pretende fazer adiante.
Em vez disso, afirmou no comunicado que “a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.”
Adicionalmente, o Copom fez uma observação particular sobre “desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária.”
O comentário veio semanas após o governo federal revisar a meta fiscal para 2025, que passou de déficit zero em vez de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
A única unanimidade dos diretores do Copom expressa no comunicado foi em relação ao entendimento de que o “cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela.”
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