Morgan Stanley antecipa para maio o fim do ciclo de alta da Selic
O Morgan Stanley reduziu a sua projeção para a taxa Selic ao fim de 2025, de 15,75% para 14,75%. Embora veja um “viés ligeiramente conservador” no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o banco americano avalia que o colegiado tem sinalizado que o fim do ciclo de alta de juros está próximo.
“O real se fortaleceu desde dezembro e os dados de atividade econômica têm surpreendido (ligeiramente) para o lado negativo. Além disso, os preços de mercado parecem estar dando ao BC a oportunidade de parar o ciclo de alta um pouco mais cedo”, informa o relatório assinado pelos economistas Ana Madeira e Thiago Machado e pela chefe de estratégia para América Latina, Ioana Zamfir.
Segundo eles, o ajuste tímido na projeção de inflação e a manutenção de um balanço de riscos assimétrico são pontos do comunicado que sugerem uma postura mais “hawkish”. Ao passo em que os destaques à alta incerteza, defasagem da política monetária e aos sinais incipientes de desaceleração da atividade econômica sugerem uma postura mais suave do Copom.
Apenas mais uma alta da Selic
Agora, o cenário-base do Morgan Stanley engloba apenas mais uma alta de 0,5 ponto percentual na reunião de maio do Copom. “Os riscos ainda apontam para mais juros, já que esperamos uma desaceleração da atividade mais suave”, avaliam os profissionais do banco americano. Que também cortaram a projeção para a Selic no fim de 2026, de 12,75% para 12,25%. Mas mantendo a perspectiva de início do ciclo de cortes no segundo trimestre do ano que vem.
Diante da perspectiva de um aperto monetário menos intenso, ao mesmo tempo em que os ruídos sobre a política fiscal estão mais contidos, o Morgan Stanley decidiu fechar a posição que ganhava com a inclinação da curva de juros futuros (contratos de DI de janeiro de 2027 contra DI de janeiro de 2031).
Além disso, o banco recomenda a posição aplicada (que ganha com a queda das taxas) em contratos de DI de janeiro de 2029, com alvo de 13,25% (de 14,24% no momento). “A fim de posicionar-se para uma desaceleração contínua do crescimento no Brasil, em meio a um ruído fiscal contido no curto prazo e um cenário de taxas globais favoráveis”.
Já em relação à taxa de câmbio, o Morgan Stanley vê potencial para que o dólar caia ao patamar de R$ 5,40. Sob a perspectiva de um real apreciado por conta do aperto monetário já conduzido pelo Copom.
Com informações do Valor Econômico
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