Lucro gerencial do Santander Brasil (SANB11) cai 46,6% no 1º trimestre

O terceiro maior banco do Brasil abre a temporada de balanços do setor financeiro com resultado levemente acima das projeções

Abrindo a temporada de balanços do setor financeiro no primeiro trimestre, o Santander Brasil (SANB11) informou hoje (25) que seu lucro líquido gerencial no período foi de R$ 2,140 bilhões. O resultado representa uma queda de 46,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e alta de 26,7% ante o 4T22.

O resultado ficou levemente acima das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontavam um ganho de R$ 2,060 bilhões. Já o lucro societário do Santander ficou em R$ 2,063 bilhões entre janeiro e março, com alta de 28,2% na margem e queda de 47,7% ante igual intervalo de 2022.

O retorno sobre o patrimônio (ROE) – excluindo ágio – ficou em 10,6% no primeiro trimestre, ante 8,3% no quarto trimestre e 20,7% no primeiro trimestre do ano passado. A mediana de projeções coletadas pela IF apontava um ROE de 14%. O índice de Basileia ficou em 13,8%, de 13,9% e 14,7%, na mesma base de comparação.

“Iniciamos 2023 com foco no fortalecimento do nosso balanço. Nossa abordagem de empréstimo seletiva, que adotamos desde o fim do quarto trimestre de 2021, prioriza produtos com garantia e clientes com ratings de crédito mais altos, permitindo um balanço de melhor qualidade. Mesmo com essa seletividade, conseguimos crescer nosso portfólio em áreas estratégicas, principalmente em financiamento de automóveis, consignado e imobiliário, ao mesmo tempo em que melhoramos nossa margem com clientes por meio de uma maior transacionalidade”, diz em nota o presidente do banco, Mário Leão.

O terceiro maior banco privado do país em ativos contabilizou margem financeira bruta de R$ 13,145 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 5,0% no trimestre e queda de 5,7% em 12 meses.

As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 6,765 bilhões, com queda de 8,1% no trimestre e alta de 46,7% em 12 meses.

As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 4,699 bilhões, com queda de 7,4% no trimestre e alta de 1,8% em 12 meses. Já as despesas gerais totalizaram R$ 5,913 bilhões, com queda de 2,3% no trimestre e alta de 6,8% em 12 meses.

Inadimplência

O Santander Brasil encerrou o primeiro trimestre com inadimplência de 3,2% na carteira de crédito, ante 2,9% em dezembro e 3,1% em março do ano anterior. A XP Investimentos projetava inadimplência em 4,5%, nível que já considerava o indicador como “controlado”.

A taxa de calotes de pessoa física ficou em 4,5% no fim de março, ante 4,3% em dezembro e 4,0% no fim do primeiro trimestre de 2022. No caso de pessoas jurídicas, o indicador estava em 1,4% no fim de março, de 1,4% e 1,4%, na mesma base de comparação. Dentro de PJ, em PMEs a inadimplência foi de 4,2%, ante 3,7% e 3,6%. E em grandes empresas, ficou em 0,1%, de 0,3% e 0,3%.

De acordo com o Santander, a inadimplência continua controlada e consistente com o ciclo de negócios. “As safras mais recentes, originadas a partir de janeiro de 2022, exibem melhor qualidade, com inadimplência de 2,8%, que é 0,8 ponto percentual menor do que as safras anteriores”.

A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou em 4,5% em março, de 4,5% em dezembro e 4,2% em março de 2022. Em PF, a inadimplência ficou em 6,5%, de 6,3% e 5,9%, na mesma base de comparação. E em PJ o indicador foi de 1,9%, de 2,0% e 1,9%, respectivamente.

O registro de empréstimos inadimplentes (NPL formation) ficou em R$ 7,541 bilhões no primeiro trimestre. A relação entre o NPL formation e a carteira de crédito alcançou 1,54% no primeiro trimestre, de 1,59% no quarto trimestre e 1,84% no primeiro trimestre de 2022.

O Santander informou ainda que sua carteira renegociada atingiu R$ 36,844 bilhões em março, com queda de 0,2% no trimestre e alta de 33,7% em doze meses.

Receitas de tarifas

O banco ainda informou que suas receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 4,699 bilhões no primeiro trimestre, com queda de 7,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e alta de 1,8% ante o mesmo período do ano anterior.

A principal linha de receita é de cartões, que caiu 6,1% na margem, chegando a R$ 1,351 bilhão. Na sequência, receitas de conta corrente subiram 4,8%, a R$ 993 milhões. E comissões de seguros diminuíram 32,6%, a R$ 756 milhões.

Segundo o Santander, há uma queda sazonal no início do ano na receita de cartões e o mesmo acontece com comissões de seguros, já que nesse caso há uma concentração de renovações de apólices no quarto trimestre.

No âmbito das despesas gerais, o Santander registrou R$ 5,913 bilhões de janeiro a março, com queda de 2,3% no trimestre e alta de 6,8% no ano. Foram R$ 3,134 bilhões em gastos administrativos (queda de 7,4% no trimestre e alta de 3,1% em 12 meses) e R$ 2,778 bilhões em despesas com pessoal (alta de 4,3% no trimestre e 11,4% em 12 meses).

O Santander terminou março com 53.556 funcionários, uma alta de 953 empregados sobre dezembro e 561 na comparação com março de 2022. O número de agência ficou em 1.687, com queda de 14 no trimestre e 100 em um ano.

O índice de eficiência do banco – quanto menor, melhor – ficou em 40,8% no primeiro trimestre, de 40,6% no quarto e 36,0% no primeiro trimestre do ano passado.

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