Zelensky discute com Trump investimento americano em usinas nucleares da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, descartou, nesta quinta-feira (20), ceder o controle das usinas nucleares da Ucrânia, mas deixou aberta a possibilidade de os Estados Unidos investirem nelas após uma ligação telefônica com o presidente Donald Trump.
Falando a jornalistas em Oslo, Zelensky afirmou que não discutiu a propriedade das 15 usinas nucleares do país com o presidente dos EUA, mas que o tema da maior usina nuclear da Ucrânia, localizada na região sul de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia desde o início da invasão em larga escala, foi abordado.
Segundo o presidente ucraniano, ceder a estação seria ilegal, pois ela pertence ao Estado ucraniano. No entanto, acrescentou: “Se os americanos quiserem tirá-la dos russos, se quiserem investir e modernizá-la — isso é uma outra questão”, disse o presidente. “Está em aberto, podemos conversar sobre isso.”
Alertas sobre risco de acidente nuclear
A área em torno da usina de Zaporizhzhia, que originalmente foi projetada para gerar cerca de um quinto da energia elétrica da Ucrânia, tem sido alvo frequente de ataques aéreos desde o início do conflito, levantando alertas sobre o risco de um acidente nuclear catastrófico.
Zelensky afirmou que a usina está em condições difíceis e precisa de resfriamento — o que se tornou mais difícil após a destruição da represa de Kakhovka, um ato que a Ucrânia atribui à Rússia e que reduziu o fornecimento de água.
“O presidente Trump me perguntou: ‘O que você pensa sobre essa usina?’”, contou Zelensky a jornalistas na capital norueguesa. “Eu disse: se não for ucraniana, não vai funcionar para ninguém”, disse ele, completando que o controle dessas usinas representa uma “garantia de segurança” para seu país devastado pela guerra.
Segundo um comunicado do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e do conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, o presidente americano ofereceu ajuda para administrar o fornecimento de energia elétrica e as instalações nucleares da Ucrânia. O comunicado ainda afirmou que a “propriedade americana dessas usinas seria a melhor proteção para essa infraestrutura.”
*Com informações do Valor Econômico
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