UE deve começar a impor tarifas sobre carros elétricos chineses nesta semana

Presidente da Comissão Europeia advertiu que 'o mundo não pode absorver a produção excedente da China', dizendo que a UE 'não hesitará' em proteger indústrias e empregos dentro do bloco

A União Europeia (UE) deve divulgar nesta semana as tarifas de importação que planeja impor aos veículos elétricos chineses, após uma longa investigação sobre os subsídios estatais da China para sua fabricação de automóveis, podendo dar início a uma guerra comercial com Pequim.

A investigação anti-subsídio foi lançada em outubro passado, em meio a suspeitas de que a China estava inundando o mercado europeu com veículos elétricos mais baratos como resultado do seu excesso de produção e demanda doméstica reduzida.

Depois de se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, em Paris no mês passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu que “o mundo não pode absorver a produção excedente da China”, dizendo que a UE “não hesitará” em proteger indústrias e empregos dentro do bloco.

Se a investigação concluir na quarta-feira (12), como esperado, que os fabricantes de automóveis chineses têm uma vantagem competitiva, a China receberá uma pré-notificação formal das tarifas e terá quatro semanas para fornecer qualquer evidência para refutar as alegações da UE.

A consultoria Rhodium Group, especializada em pesquisas sobre a China, estima que as tarifas sejam fixadas entre 15% e 30%, o que será fácil de absorver para grupos como a BYD.

Qualquer decisão de aplicar tarifas permanentemente deve ser apoiada pelos Estados-membros em novembro. No entanto, a medida promete provocar uma retaliação por parte de Pequim.

Segundo especialistas consultados pelo “The Guardian”, Pequim retaliará com contramedidas que podem afetar uma variedade de exportações da UE para o país, desde conhaque até produtos lácteos. Xi Jinping também não deve recuar na sua estratégia nacional para dominar o setor de tecnologia verde em todo o mundo através de veículos elétricos, painéis solares e baterias de veículos elétricos.

Com informações do Valor Econômico