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Trump fará pressão redobrada contra o Irã
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende aumentar drasticamente as sanções contra o Irã e restringir as vendas de petróleo do país.
Isso deve ser parte de uma estratégia agressiva para minar o apoio de Teerã a representantes violentos no Oriente Médio e seu programa nuclear.
A informação é de fontes a par dos planos iniciais de Trump.
No seu primeiro mandato, Trump abortou um acordo de seis países que tentava limitar o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.
Ademais, aumentou a pressão para demover o Irã de suas ambições nucleares e fazê-lo parar de financiar o que os EUA consideram grupos terroristas.
Mas quando assumir em janeiro, a postura de Trump em relação ao Irã provavelmente será influenciada pelo conhecimento de que agentes iranianos tentaram assassiná-lo.
Acredita-se que o Irã esteja tentando vingar um ataque de drone dos EUA em 2020 que matou Qassem Soleimani, chefe das operações paramilitares encobertas do Irã.
“As pessoas tendem a levar essas coisas para o lado pessoal”, diz Mick Mulroy, um alto funcionário do Pentágono no primeiro mandato de Trump.
“Se ele vai adotar uma postura dura com algum país específico, algum grande rival declarado, esse país será o Irã.”
As fontes a par dos planos de Trump disseram que a nova equipe agirá rapidamente para tentar sufocar as receitas do Irã com o petróleo.
Isso recriaria a estratégia que o ex-presidente adotou em seu primeiro mandato, com resultados mistos.
“Acho que vocês verão o retorno das sanções, e muito mais, tanto diplomática quanto financeiramente”, diz uma ex-autoridade da Casa Branca.
“A percepção é que o Irã está em uma posição fraca agora e esta é uma oportunidade para explorar essa fraqueza.”
Campanha de Trump contra o Irã passa por Israel
Nos últimos meses, Israel matou os líderes de representantes iranianos do Hamas em Gaza e do Hezbollah no Líbano, e danificou grande parte da estrutura de comando desses grupos.
Israel também lançou ataques dentro do Irã, em retaliação a um ataque de mísseis iranianos contra Israel, que abalou duramente a capacidade de produção de mísseis e as defesas aéreas de Teerã.
O Irã prometeu responder ao ataque israelense de 26 de outubro.
Brian Hook, que supervisionou a política do Departamento de Estado para o Irã no primeiro mandato de Trump e hoje está encarregado da transição do departamento para Trump, disse que o presidente eleito “não tem interesse” em tentar derrubar os governantes do Irã.
Mas Hook observou que Trump prometeu “isolar diplomaticamente o Irã e enfraquecê-lo economicamente, para que ele não possa financiar toda a violência” perpetrada pelo Hamas, pelo Hezbollah, pelos houthis no Iêmen e outros representantes no Iraque e Síria.
É amplamente esperado que Hook receba um alto cargo de segurança nacional no segundo mandato de Trump.
Trump impôs um embargo total as exportações de petróleo do Irã em 2019 e suas remessas caíram para substancialmente em dois anos.
Mas, depois que Joe Biden assumiu, elas atingiram o maior nível em seis anos em setembro deste ano.
Se sufocar o Irã, Trump pode provocar aumento do petróleo
Trump, porém, poderá enfrentar o um dilema: ao conter as vendas de petróleo do Irã pode gera o risco de os preços do petróleo subirem.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse na quarta-feira que o resultado das eleições nos EUA não importa para o seu país.
No entanto, as autoridades iranianas estão divididas sobre a capacidade de o país conseguir resistir a uma maior pressão econômica.
“A situação poderá se tornar catastrófica para a indústria petrolífera do Irã”, disse uma autoridade iraniana do setor.
Mas um diplomata iraniano disse que Teerã compensaria as restrições impostas pelos EUA aprofundando parcerias comerciais por meio da Organização de Cooperação de Xangai, voltada para a Ásia, e outras alianças.
Apesar da hostilidade mútua, alguns que trabalharam para Trump não descartam um eventual acordo diplomático entre os EUA e o Irã em seu segundo mandato.
Trump gosta de fazer acordos, diz Mulroy, mas apenas se for o “seu acordo”.
Com informações do Valor Econômico
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