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Rússia invade Ucrânia: quais os impactos nos investimentos?
Victor Vietti, especialista em investimentos do Itaú Unibanco, explica o que o investidor deve fazer frente às incertezas que vivemos agora
A invasão da Ucrânia pela Rússia derrubou as bolsas internacionais nesta quinta-feira e fez o preço do petróleo passar dos 100 dólares pela primeira vez desde 2014. Para entender quais podem ser as consequências do conflito para os investimentos, a repórter Isabella Carvalho entrevistou Victor Vietti, especialista em investimentos do Itaú Unibanco.
Ele explicou qual é o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia para o investidor e para a investidora. “O mercado todo está reagindo e está tentando entender quais são os próximos passos”, disse Vietti. Para o especialista, o melhor a fazer agora é “esperar um pouco”. “A analogia que a gente faz é se você está num avião e o piloto comunica que vai ter uma turbulência, você não vê ninguém correndo procurando o para-quedas, o salva-vidas. A melhor coisa a se fazer na situação é ficar sentado, apertar o cinto, esperar para ver o que vai acontecer, antes de tomar uma decisão mais drástica em relação ao seu portfólio.”
Veja a entrevista completa de Isabella Carvalho com Victor Vietti e saiba mais.
Para te ajudar a navegar neste momento de incertezas, a Inteligência Financeira preparou diversos conteúdos:
Com todos os holofotes voltados para a Ucrânia, que começou a receber ataques da Rússia depois de um fracassado período de negociações entre o país presidido por Vladimir Putin e várias potências ocidentais, os mercados acionários e o Ibovespa têm uma sessão de forte aversão a riscos hoje.
Às 12h34, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, recuava 1,75%, aos 110.032 pontos. Na Bolsa de Nova York, o S&P 500 caía 1,22%, o Dow Jones perdia 1,85%. O VIX, índice do medo, disparava 11,9%.
Embora o risco geopolítico seja, tipicamente, de curta duração, tendo em vista que os ativos de risco tendem a se estabilizar logo após o início dos conflitos, o comportamento dos preços do petróleo pode ser um gatilho para um impacto macroeconômico mais amplo ou duradouro no mundo, avaliam os estrategistas do Citi. “Se as sanções ocidentais interromperem o fluxo de petróleo e gás natural da Rússia, o impacto global poderia ser mais pronunciado. A reação do Ocidente é, portanto, a chave para avaliar quando esse episódio de risco irá passar.”
Não é só o petróleo que está subindo com a invasão da Ucrânia pela Rússia. O conflito também jogou as cotações do trigo para cima no mercado internacional nesta quinta-feira, o que pode afetar o preço do pãozinho, das massas e biscoitos que chegam à mesa dos brasileiros.
Rússia e Ucrânia são responsáveis por 28% do comércio global de trigo. O risco é de diminuição global da oferta desse grão. O Brasil importa cerca de 6 a 7 milhões de toneladas de trigo por ano, o que corresponde a 50% do consumo.
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