‘Há uma especulação’, diz Lula sobre alta do dólar

Presidente voltou a reforçar que não fará ajuste fiscal prejudicando os pobres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (2) que a alta do dólar o preocupa, mas disse que o movimento é fruto de uma especulação. Na véspera, a moeda americana atingiu R$ 5,65, o maior valor desde janeiro de 2022, fruto do cenário externo e das incertezas sobre a política fiscal do governo.

“Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação, há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país. Não é normal o que está acontecendo”, disse Lula em entrevista à Rádio Sociedade, durante visita na Bahia.

Lula falou que o governo tem que fazer “alguma coisa” sobre essa “especulação”, mas não relevou qual sua ideia. Disse, apenas, que terá uma reunião na quarta (3) sobre o assunto.

Ajuste fiscal

O presidente também afirmou que os dados da economia vão bem, apesar da depreciação do real. “Se você pegar os dados da economia, você vai perceber que o PIB está crescendo mais que previsão do mercado, desemprego está caindo mais que previsão do mercado, renda da massa salarial está crescendo mais, os acordos salariais estão com ganhos reais”, citou Lula. “Não tem nenhuma razão para as pessoas terem medo, ficarem assustadas”, completou.

Lula também disse que “ninguém nesse país cuidou mais dos gastos públicos” do que ele. Mas ele voltou a reforçar que não fará ajuste fiscal prejudicando os pobres. “O que eu não posso é aceitar ideia de acabar com benefício de pobre.”

O presidente lembrou que, durante este governo, foi aprovado o novo marco fiscal e uma reforma tributária. “O que a gente não pode abrir mão é melhorar a vida do povo brasileiro. Se alguém estiver aplicando mal o dinheiro, a gente para. Porque também não vamos jogar dinheiro fora”, afirmou, ao se referir à agenda de revisão de gastos.

Ainda durante a entrevista, Lula falou que não fica “estressado” com essas cobranças, porque já foi presidente da República. “Eu já vivi a crise de 2008, quando as pessoas disseram que o mundo iria acabar. Eu fui [naquela época] à TV pedir para as pessoas consumirem.”

Com informações do Valor Econômico