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Guedes diz ser possível reajuste de 5% para servidores: ‘Mas esqueçam inflação anterior’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira em Davos que é possível conceder até 5% de reajuste ao funcionalismo público federal, para compensar a inflação acumulada desde janeiro, mas sugeriu que os servidores “esqueçam” reposição de inflação anterior.
“A essência da política é essa, decidir o orçamento”, afirmou Guedes. “Neste ano, no meio de uma crise dessa, vamos gastar mais com saúde? Sim. E o funcionalismo está em home office, tem estabilidade, tem bons salários, então neste ano suspende o aumento. Fizemos isso, que nenhum prefeito consegue fazer porque vereador não deixa, nenhum governador. Pela primeira vez em 15 anos, zeramos o déficit em todos os níveis da federação. Estamos numa situação ímpar. Agora, se você começa a dar aumento, voltamos à situação de antes.”
Indagado sobre o que está fazendo para convencer o presidente Bolsonaro, que andou fazendo promessas, o ministro da Economia respondeu: “Você pode até dar alguma coisa, mas esquece o que ficou para trás. Você acha que na Alemanha, nos Estados Unidos… Perdas acontecem. Todo mundo perdeu no mundo inteiro. Daqui para frente, é preciso manter? A inflação acumulada neste ano é de 5% até agora. É possível repor (salário) do funcionalismo deste ano? Sim, é possível, até 5% dá.”
Ele argumentou que o período eleitoral nem deixa outra possibilidade. “É por lei, em ano eleitoral você só pode dar até a inflação e linear. O presidente gostaria de dar aumento aos policiais mas não pode, é visto como aliciamento”, disse.
A proposta de aumento do funcionalismo público sofreu resistências de algumas categorias, que insistem que o percentual que o governo quer oferecer não repõe as perdas salariais causadas pela inflação.
As carreiras policiais, sobretudo, insistem que Bolsonaro tinha se comprometido com um plano de reestruturação que embute aumento mais significativo para seus agentes.
Lembrado de que Bolsonaro continua prometendo, Guedes retrucou: “Eu sei, é a pressão dos servidores.”
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