Governo avalia conceder reajuste de 5%, mais correção do tíquete dos servidores em R$ 400
O aumento é considerado pequeno por categorias mobilizadas e não atenderia outras reivindicações, como a reestruturação de carreiras
No impasse em que mergulharam as negociações em torno do reajuste salarial dos servidores públicos federais, o governo passou a avaliar a possibilidade de conceder aumento linear de 5% a partir de julho deste ano, acrescido do aumento de R$ 400 no tíquete-alimentação. Até então, as duas medidas vinham sendo apresentadas de forma separada.
Não há ainda, porém, nenhuma decisão, informa-se nos bastidores. No momento, os técnicos buscam despesas “cortáveis” no orçamento no valor de R$ 6 bilhões para viabilizar o pagamento do reajuste de 5% este ano. Para o tíquete, existe a reserva de R$ 1,7 bilhão que já está no orçamento.
O aumento no auxílio-alimentação era a opção preferida da equipe econômica, por beneficiar principalmente os servidores com menor salário. Era uma saída que não demandaria alterações na lei orçamentária, nem o corte de gastos já programados.
No entanto, a ideia não agradou a integrantes do Palácio do Planalto, porque a medida não atenderia aos servidores aposentados. Por esse motivo, surgiu a hipótese de conceder o aumento de 5%.
Além disso, o reajuste é considerado pequeno pelas categorias mobilizadas e não atenderia a reivindicações centrais, como, no caso das polícias, reestruturação de carreiras, e no da Receita, regulamentação do bônus individual.
O aumento linear de 5% traz, além disso, um problema para as contas de 2023. Em entrevista concedida na segunda-feira (18), o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que há uma reserva de R$ 11,7 bilhões para aumentos salariais de servidores no ano que vem. No entanto, o aumento de 5% custaria R$ 12,6 bilhões. Assim, já existe uma diferença a ser coberta de R$ 900 milhões.
A decisão sobre reajustes de servidores pode ser tomada até o fim de junho.
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