Análise: Campanha eleitoral é iniciada com tom de ‘guerra santa’
Saiba como foi a semana na política brasileira na coluna de Fábio Zambeli, do JOTA
Esta semana marcou o início oficial da campanha eleitoral. Agora, os candidatos podem pedir votos e a tendência é que a temperatura do debate aumente. O tom dos primeiros dias foi de “guerra santa”. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que o Planalto estava consagrado ao demônio em gestões anteriores e Lula (PT) respondeu que quem parece estar possuído é o presidente.
Isso ocorre porque os dois candidatos estão de olho no eleitorado evangélico, que vem se mostrando decisivo nas eleições presidenciais. Outro fato importante foi a posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), num ato de forte significado político e em que Jair Bolsonaro (PL) ficou deslocado, como um peixe fora d’água. E por que o presidente se sentiu tão desconfortável na cerimônia? Porque ela virou um ato em defesa das urnas eletrônicas, que ele combate com tanta veemência.
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Foi uma vitória pessoal de Moraes, que vai conduzir a corte eleitoral e recebeu na noite de terça-feira (16/8) um respaldo quase consensual do sistema político em Brasília — inclusive com as presenças de quatro ex-presidentes da República. O tribunal já começou a lidar com temas sensíveis para a campanha, como a remoção de conteúdo que configure ilegalidade ou disseminação de notícias falsas. Por enquanto, os principais prejudicados foram os aliados de Bolsonaro.
E a atual polêmica no governo é sobre os termos de extensão do auxílio de R$ 600. Embora a equipe econômica considere inviável enviar a peça orçamentária com o novo valor, o núcleo político gostaria de um compromisso mais firme com a permanência do benefício, já que a campanha de Lula tem insistido na tese de que o valor será temporário e que acabará após a eleição. É a guerra de versões que está só começando. Até outubro, os dois candidatos vão recorrer ao expediente de potencializar as rejeições dos adversários, muito mais do que falar de suas próprias virtudes. É o que vai decidir a eleição, no final das contas.
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Enquanto isso, duas novas pesquisas presenciais divulgadas na semana, do IPEC e do Datafolha, mostraram um quadro parecido nas intenções de voto. Lula com certa estabilidade na primeira colocação, e Bolsonaro crescendo, mas ainda num ritmo que preocupa sua campanha.
As análises completas de Fabio Zambelli, analista-chefe do JOTA, sobre a semana para o governo estão disponíveis também no perfil do JOTA no Instagram (@jotaflash) às sexta-feiras.