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Bolsonaro: ‘Teremos inflação pela frente ainda’
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que o Brasil ainda terá “inflação pela frente”, especialmente no preço dos alimentos. A situação, argumentou, ainda é reflexo da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia, e uma das consequências será a falta de oferta de trigo.
Em entrevista à “Rádio Liberal”, do Pará, o presidente também afirmou que o Congresso “dificilmente” irá avançar em qualquer tema importante neste ano, por causa das eleições.
“Teremos inflação pela frente ainda, de alimentos. Com esta guerra lá fora, a Ucrânia, que é grande exportadora de trigo, não está exportando mais. Vai faltar trigo no mundo todo. Quando se falta qualquer coisa, a tendência é aumentar o preço”, afirmou.
Sem entrar em detalhes, Bolsonaro disse que o Brasil estuda junto à Embrapa formas de tornar o Brasil autossuficiente na produção de trigo, para “colher frutos no médio e longo prazo”.
Questionado sobre o avanço de pautas prioritárias para o governo no Congresso, o presidente acrescentou: “Fiquei 28 anos dentro do parlamento, me coloco na situação de um deputado para votar certos temas. Então, é muito difícil você avançar em pautas polêmicas”, disse. “O Parlamento, no meu entender, não adianta forçar a barra, você não vai conseguir levar adiante uma proposta como essa [reforma administrativa]”.
Uma exceção no Congresso poderá ser o projeto de regularização fundiária, que também mudaria a forma de identificação de focos de incêndio na Amazônia, segundo o presidente. Cético sobre relatórios produzidos pelo próprio governo sobre destruição da floresta, o presidente disse que o atual sistema considera “até uma fogueira” como foco de calor.
Bolsonaro também acusou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de “amarrar” o país para evitar o desenvolvimento da região amazônica.
“Um grande problema que temos são os ministros do STF, que estavam julgando semana passada processos sobre Amazônia. Eles [ministros do STF] querem nos amarrar e impedir que investimos na Amazônia”, afirmou.
Na semana passada, o ministro André Mendonça, último indicado do presidente ao STF, pediu vista de duas ações que tratam do desmatamento da Amazônia logo após a ministra Cármen Lúcia, relatora dos processos, anunciar voto favorável à adoção de medidas para fortalecer o combate ao desmatamento na Amazônia.
O projeto em tramitação no Congresso, segundo o presidente, colocará um “ponto final em número exagerado de focos de incêndio na Amazônia”. O atual cenário, segundo Bolsonaro, é agravado por “países importantes” que tem interesse na “indústria de demarcações” de terras indígenas no Brasil, bem como em “relativizar nossa soberania na Amazônia”.
O presidente também voltou a citar o episódio em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria se posicionado a favor da soberania do Brasil na Amazônia em discussões de líderes internacionais sobre o tema.
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