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Bolsonaro discursa, não contesta resultados das eleições e nem admite derrota a Lula
Depois de mais de 43 horas desde confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronuncia sobre o resultado sobre as eleições.
Mais cedo nesta terça-feira, Bolsonaro convidou alguns ministros do STF para uma reunião do Palácio da Alvorada. No entanto, a divulgação do encontro irritou os magistrados e reunião foi cancelada. A intenção de Bolsonaro era explicar aos ministros o que é seu juízo a respeito do resultado eleitoral de domingo (30).
Também na tarde desta terça-feira. o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL/RJ), usou as redes sociais na tarde desta terça-feira para defender a alternância de poder, que ele afirmou ser um alicerce da democracia. “A derrota de hoje será a vitória amanhã. Somos maioria no Congresso e lá defenderemos nossos valores”, escreveu no Twitter. Ele também se referiu aos protestos que se espalham pelo país. “Nem toda manifestação popular é democrática se os seus anseios não o são. Temos sempre q aprender a ganhar e a perder”.
No dia 30 de outubro à noite, logo após a definição do segundo turno, ela havia usado a mesma rede para comentar a eleição de Lula. “Um país ainda muito dividido. Um Congresso hostil e um novo presidente que terá a chance de reescrever a sua história”, postou.
O discurso de Bolsonaro
Depois de mais de 2 horas de expectativa e de espera por parte dos jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro fez seu primeiro pronunciamento após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, quebrando quase 48 horas de silêncio.
Em discurso, que durou cerca de dois minutos, Bolsonaro não contestou o resultado das eleições que coroaram Lula como 39º presidente eleito do Brasil. Mas o presidente também não admitiu formalmente a derrota para o petista. Antes de falar oficialmente, Bolsonaro cochichou ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que “vão sentir saudades da gente”.
Bolsonaro não condena bloqueio de estradas
Bolsonaro iniciou o discurso agradecendo aos 58 milhões de votos obtidos no segundo turno. Em seguida, ele disse que as “atuais manifestações populares” que se incidem sobre as rodovias desde a madrugada de domingo, motivadas pela negação da derrota do presidente e pedido de intervenção militar, são “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”. Logo depois, Bolsonaro disse que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas” e pediu para que apoiadores não aplicassem o “método da esquerda”.
“Nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como destruição de patrimônio, invasão de propriedades e cerceamento do direito de ir e vir”, disse Bolsonaro. O movimento consiste em bloqueios de rodovias federais e estaduais e, segundo a PRF, cerca de 276 pontos de tráfego de veículos estão obstruídos até o momento. A paralisação pode causar desabastecimento de bens e serviços, bem como levar pressão à inflação e aos preços de combustíveis.
Bolsonaro cita “robusta representação do Congresso”
Bolsonaro também reforçou que teve vitória pírrica no pleito. “A direita surgiu de verdade no país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força de nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil, e nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.”
O presidente também exaltou que o Brasil “superou a pandemia e as consequências Guerra [da Ucrânia]”, acenando para a melhora de indicadores econômicos nos meses finais de seu mandato.
“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das 4 linhas da constituição. Nunca falei em censurar a mídia ou as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela de nossa bandeira. Muito obrigado”, afirmou Bolsonaro ao concluir o discurso.”
Ministro de Bolsonaro vai iniciar transição
Após o pronunciamento do presidente, o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, disse que foi autorizado por Bolsonaro para iniciar o trabalho da equipe de transição de governo com o presidente Jair Bolsonaro. Para isso, o chefe da Casa Civil disse que aguarda a formalização do nome do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para coordenar o time de transição por parte de Lula.
“O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós inciaremos o processo de transição. A presidente do PT, segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira, será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin [para coordenar a transição]. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, disse Ciro Nogueira, concluindo seu pronunciamento.
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