Aumento da gasolina nas bombas é culpa da Petrobras? Presidente da companhia contesta
Joaquim Silva e Luna defendeu a política de preços da petrolífera em audiência pública no Senado
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, deu explicações à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sobre a alta no preço dos combustíveis aos consumidores. Em audiência pública nesta terça-feira (23), Silva e Luna afirmou que “nem todo os reajustes que aparecem na bomba têm a ver” com a companhia e atribuiu os sucessivos aumentos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha nos últimos meses a uma série de fatores.
“A pandemia e o combate a ela nos colocaram em uma posição diferenciada. Tivemos como consequência um choque de demanda elevado, com uma oferta inferior à demanda. Como consequência, uma escalada muito grande do preço das commodities. (Além disso), uma crise hídrica e a desvalorização do real em relação ao dólar”, disse.
Silva e Luna citou dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), de que foram 11 aumentos realizados pela empresa nas refinarias e 34 feitos na bomba ao longo de 2021. “Petrobras não é a única operadora do mercado”, disse. “Petrobras responde por apenas uma fração do preço dos combustíveis”, acrescentou.
Aos senadores, Silva e Luna destacou ainda que parte dos dividendos da petrolífera é recurso destinado para projetos de desenvolvimento e para políticas públicas. “Hoje, eu sou um executivo de uma estatal que está entregando ao Estado brasileiro R$ 230 bilhões”, apontou.
Vale registrar que, ao contrário da fala de Silva e Luna, a Petrobras é uma companhia de economia mista, de capital aberto, controlada pelo Governo Federal. Por isso há uma preocupação no mercado financeiro com a possibilidade de interferências políticas nas decisões da empresa.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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