Análise: Na reta final, Lula busca “voto útil” e Bolsonaro tenta reduzir rejeição

Agregador de pesquisas do JOTA mostra vantagem de 8 pontos percentuais para o petista nas intenções de voto

Pesquisas divulgadas nesta semana pelos dois principais institutos que fazem coleta de dados face a face, ou seja, de forma presencial, mostraram tendências semelhantes que mexeram com as campanhas de Lula e Bolsonaro.

Segundo elas, apesar da estabilidade estatística no quadro de intenções de voto, a redução da vantagem do petista, que vinha sendo constante nos últimos meses, foi interrompida. Outras empresas, que fazem pesquisas por telefone ou com auxílio de robôs pela internet, indicam quadro oposto, com uma margem bem menor para o ex-presidente.

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No JOTA, confiamos no nosso agregador de pesquisas, que usa ferramentas de ciência de dados para apontar curvas consolidadas: e ele aponta a distância entre os dois candidatos em 8 pontos percentuais.
Faltando duas semanas para a eleição, Lula e Bolsonaro adotam estratégias distintas para a reta final.
O candidato do PT intensifica a corrida pelo voto útil, mirando principalmente os eleitores de Ciro Gomes, para tentar vencer no primeiro turno. O apoio de Marina Silva, oficializado na segunda-feira, serve para esse propósito: mostrar que a candidatura do ex-presidente vem conseguindo atrair ex-desafetos, a exemplo do que ocorreu com Geraldo Alckmin.

Já Bolsonaro está ensaiando uma conduta mais suave, menos beligerante, ao menos nas suas aparições públicas. Pela primeira vez, o presidente vem admitindo que exagerou na falta de empatia com as vítimas da Covid. E passou a dizer com frequência que passará a faixa, caso perca a eleição, diminuindo o ruído sobre uma eventual não-aceitação do resultado das urnas. Isso tudo para tentar melhorar a sua imagem, já que essa disputa pelo Planalto será vencida provavelmente pelo candidato que tiver menor índice de rejeição.

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(Por Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA em São Paulo)
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