Companhias de capital aberto estão sempre atentas ao olhar internacional, principalmente em relação ao nosso país. Desta forma, é possível identificar os possíveis caminhos que serão traçados pelos investidores, por exemplo.
De Nova York, Paulo Prignolato, CFO da Randoncorp (RAPT4), falou com a Inteligência Financeira durante a 16ª edição da Itaú BBA LatAm CEO Conference. Para ele, as expectativas são bastante positivas.
“Isso porque existem muitas informações negativas sobre o Brasil. Então, nada como estarmos aqui nos Estados Unidos para explicar tudo aquilo que estamos fazendo e quais são os nossos planos daqui para frente. Isto muda a percepção dos investidores e dos analistas internacionais”, afirma.
Para o executivo, as incertezas vindas do Brasil envolvem, principalmente, algumas reformas que estão para acontecer. “Como, por exemplo, a reforma tributária, que poderia impactar os negócios de forma significativa. Então, o objetivo é explicar os potenciais impactos desta reforma para os investidores e analistas”, conta.
Operações no exterior
Por outro lado, no exterior também permanecem algumas dúvidas. Afinal, ainda temos uma guerra acontecendo na Ucrânia. Sem esquecer do reajuste das cadeias de valor no pós pandemia. E estes assuntos seguem sendo pautas em conversas do executivo com investidores fora do Brasil.
“No ano passado, 20% da nossa receita foi destinada para as operações no exterior. E a nossa intenção é que esse percentual passe para 30%, crescendo, principalmente, na América do Norte. Já que é um mercado de implementos rodoviários 5 ou 6 vezes maior do que é o mercado brasileiro”, comenta Prignolato.
E, apesar dos EUA também estarem enfrentando juros elevados para conterem a inflação, o CFO da Randoncorp acredita que a região é um mercado com uma resiliência muito maior. “Então, apesar desses efeitos geopolíticos, a nossa intenção é continuar crescendo no mercado norte-americano”, pontua.
Deflação no preço da matéria-prima
O executivo também falou sobre os negócios da companhia, considerando toda a conjuntura da economia mundial.
“O que eu posso antecipar é que nesse primeiro trimestre os resultados supriram as nossas melhores expectativas. Então, isso também é ocasionado por uma deflação na matéria-prima, principalmente o aço que teve redução de custo em relação a dezembro do ano passado. Mas a gente continua bastante cauteloso, tendo em vista o cenário geopolítico ainda de muitas dúvidas, principalmente para o segundo semestre”, afirma.
E o que é ter inteligência financeira para Paulo Prignolato?
De acordo com o executivo, inteligência financeira é se antecipar ao que pode acontecer.
“Estar preparado para várias alternativas do que podem ocorrer. E a gente vive em um mundo dinâmico, em que decisões precisam ser tomadas rapidamente. Temos muitas incertezas. Por isso, o ideal é que você prepare alguns planos de ação para saber o que será feito caso isto ou aquilo ocorra”, finaliza.