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Zro Bank: a fintech que nasceu no mundo cripto e agora surfa onda das bets
O Zro Bank, criado em 2021 por um grupo de sócios que inclui acionistas da corretora B&T, surgiu como um banco digital multimoedas, com o diferencial de permitir a negociação de criptoativos.
A perspectiva era de que as instituições financeiras tradicionais demorariam anos pra entrar nesse mercado, ainda não regulado. Acontece que esse movimento aconteceu mais rápido que o esperado e a fintech teve de se adaptar.
Em meados de 2022, começou a atender as empresas de apostas esportivas, as chamadas bets, que na ocasião começavam a se proliferar no Brasil.
Com o crescimento vertiginoso desse nicho, e a capacidade também de processar pagamentos via Pix, outros serviços acabaram ganhando destaque na prateleiro do Zro e o mundo cripto deixou de ser o carro-chefe.
De acordo com Edisio Pereira Neto, presidente da companhia, os volumes processados pelo Zro devem crescer 36% este ano, para quase R$ 30 bilhões. Hoje, quase 70% disso vem das bets.
A fintech atende diretamente três dessas empresas, mas também presta serviços via banking as a service (BaaS) para outras empresas que trabalham com as bets.
Um milhão de clientes em seis meses
“Quando lançamos o banco digital, conquistamos 1 milhão de clientes em seis meses. Mas junto vieram também 1 milhão de problemas, de bugs, reclamações, não estávamos preparados para aquele volume. O que fizemos foi investir muito em tecnologia, em um core bancário próprio. Aí quando veio a popularização do Pix, as bets, a gente estava preparado para lidar com uma volumetria muito alta. E como os sistemas são nossos, conseguimos modular as APIs muito mais rapidamente para atender as necessidades dos clientes”, conta Pereira.
O Zro continua no mundo cripto – Pereira é inclusive presidnete do conselho da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto – mas hoje o segmento representa apenas 10% da receita, com 200 mil usuários ativos.
O faturamento, inclusive, deve chegar a R$ 100 milhões este ano, com expansão de 122%. A fintech é lucrativa desde 2022.
O executivo conta que as estimativas do mercado são que existem quase 2 mil bets operando no Brasil, e pouco mais de 100 se cadastram no Ministério da Fazenda para obter uma licença.
Ele acredita que a regulação vai afastar “aventureiros”, mas que os volumes negociados devem crescer. “Vamos ter um mercado muito mais nivelado, com todo mundo cumprindo direitinho as regras para operações de câmbio.”
Licença de instituição de pagamento
Em julho o Zro obteve licença de instituição de pagamento, o que vai lhe permitir se plugar como participante direto do Pix. Além disso, deve lançar ainda este ano um cartão de crédito, em parceria com a Dock.
Pereira explica que, enquanto muitos provedores de BaaS focam em fintechs que atendem PJs, com serviços de crédito e adquirência, o Zro fez um caminho diferente, começando com Pix e câmbio.
“Nós vamos lançar um cartão de crédito PJ, mas nosso foco não é ir a mercado oferecer esse cartão do zero, queremos pegar grandes empresas que já utilizam nossos APIs e oferecer o cartão para que elas possam pagar despesas de marketing, outros gastos. É um crédito colateralizado.”
Olhos no mercado externo
O Zro também está começando a trabalhar na sua internacionalização. Pereira diz que o objetivo é expandir para dois países da América Latina, possivelmente em parceria com sócios que já atuem nesses mercados.
Em 2021 o Zro recebeu um aporte de R$ 25 milhões do fundo Multinvest Capital. Pereira diz que, como a empresa gera caixa e dá lucro, não precisa de novos aportes.
Con informações do Valor Econômico
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