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O que o investidor de AZZA3 pode esperar com a saída dos fundadores da Reserva da Azzas 2154?
A Azzas 2154 (AZZA3) comunicou ao mercado nesta quinta-feira (29) que Ruy Kameyama será o novo presidente da AR&Co. A unidade de negócios reúne as marcas de vestuário masculinas do grupo.
No conjunto, as marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina, Reserva Ink, Reserva Go, Reversa, Simples, Baw e Foxtox faturaram R$ 1,6 bilhão nos últimos 12 meses.
Kameyama substitui os sócios Rony Meisler, Fernando Sigal, Jayme Nigri Moszkowicz e José Alberto da Silva, fundadores da Reserva. Meisler e sua turma deixarão a empresa em dezembro de 2024. Eles estarão sujeitos a um acordo de não concorrência de dois anos.
Saída antecipada pelo mercado
“A saída de Meisler da Azzas 2154 já era antecipada pelo mercado, pois havia sinais de que o executivo e a empresa estavam caminhando em direções opostas”, disse, em nota ao mercado, o Itaú BBA.
Kameyama é o ex-diretor-presidente da BR Malls e faz parte do conselho da companhia surgida da fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma.
Em nota, a Azzas 2154 destaca que mudança no quadro se dá por processo de transição na AR&Co. A empresa elogia as experiências prévias de Kameyama em banco de investimentos e no setor de franquias.
E acrescenta que a “ampla experiência em gestão de empresas e formação de times” apoiarão o novo ciclo de crescimento do negócio.
O que o investidor de AZZA3 pode esperar
Volatilidade de curto prazo
A mudança anunciada pela Azzas 2154 no comando das marcas de vestuário masculinas acontece em um momento ruim para a companhia e pode ter impactos na integração dos negócios, diz o Citi.
Os analistas da Ativa Research veem dois lados no movimento anunciado nesta manhã pela Azzas 2154. Para o investidor da AZZA3, a mudança pode se refletir em maior volatilidade da ação no curto prazo.
Da mesma forma, os analistas do BTG avaliam que a saída dos fundadores da Reserva do comando das marcas de vestuário masculinas da Azzas 2154 deve gerar algum ruído de curto prazo. Isso por que, neste momento, o negócio passa por um complexo processo de integração.
Risco de perda de captura de sinergias até 2027
“Fusões no varejo nunca são fáceis e a perda de executivos com experiência nas marcas aumenta os riscos envolvendo a geração de sinergias”, afirmam, em relatório, os analistas do BTG.
Os analistas da Ativa veem que as sinergias advindas da junção de Arezzo e Reserva, que originou AR&Co virão, sobretudo de 2025 a 2027. Para isso, afirmam os analistas, Kameyama terá de garantir execução do plano de sinergias e a retenção dos talentos da empresa.
Nesta primeira fase da integração, a Azzas anunciou um potencial de R$ 1,1 bilhão em receitas incrementais até 2027, concentradas principalmente na marca Hering. Desse valor, R$ 672 milhões devem vir das vendas cruzadas de calçados e acessórios entre as marcas Farm e Hering.
Ao fim da sessão de quinta (29), as ações da AZZA3 caíram 4,23%, cotada a R$ 50,72. Nos últimos 12 meses, a queda é maior, ficando próxima de 32%.
Ainda assim, uma parcela significativa dos analistas, entre eles os do Citi, Itaú BBA e XP, têm recomendação de compra para a ação.
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