Petrobras (PETR4) deve pagar R$ 13,1 bi em dividendos no 1º tri de 2025, diz Bradesco BBI

A Petrobras (PETR4) deve pagar US$ 2,3 bilhões – ou o equivalente a R$ 13,1 bilhões na cotação atual do dólar – em dividendos neste primeiro trimestre, avaliam analistas do Bradesco BBI. A distribuição implica em um aumento de R$ 700 milhões sobre o anúncio feito pela petroleira de proventos de US$ 1,6 bilhão, ou R$ 9,1 bi, feito após os resultados do quarto trimestre.

Em relatório, o Bradesco BBI afirma que a queda dos investimentos feitos pela Petrobras no primeiro trimestre deve levar ao aumento nos dividendos. O nível de despesas de capital (capex) da petroleira deve recuar de US$ 4,4 bilhões para US$ 3,5 bilhões, próximo à média da empresa, segundo o BBI.

Além disso, o Bradesco espera a retomada da recuperação tributária da estatal junto ao CARF (Conselho de Administração de Recursos Fiscais).

Estrangeiro muda olhar sobre Petrobras (PETR4) após dividendos

No exterior, o Bradesco BBI notou uma mudança na forma com que investidores estrangeiros olham as ações da Petrobras (PETR4) hoje.

Os dividendos da Petrobras (PETR4) sempre foram olhados com lupa pelos bancos estrangeiros, mas agora os investidores se apoiam mais no provento na base trimestral do que na estimativa anual fornecida pela empresa. O BBI tirou esta conclusão a partir de conversas com agentes estrangeiros na última semana.

“Agora, eles olham mais de perto os dividendos da Petrobras trimestre a trimestre ao invés de pensarem no provento em 12 meses. Isso a partir da surpresa negativa com o anúncio de US$ 1,6 bilhões no quarto trimestre”, disseram analistas do Bradesco BBI em relatório.

Os dividendos anunciados pela Petrobras (PETR4) no final de fevereiro decepcionaram o mercado financeiro porque vieram abaixo do esperado.

Em fala a analistas, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa “não teria o mesmo nível de capex” no primeiro trimestre.

A surpresa veio porque a Petrobras antecipou no quarto trimestre despesas de capital para o funcionamento do navio-plataforma (FPSO) Tamandaré. O navio, que tinha entrada operacional prevista para este ano, mas começou a funcionar em outubro de 2024.

Se os investimentos da Petrobras voltarem ao normal, isso faria com que dividendos da petroleira também retornassem à média, “para além de US$ 2 bilhões”, diz o banco.

Recuperação tributária deve chegar a US$ 500 milhões

Além disso, a alta em dividendos da Petrobras (PETR4) é esperada pelos analistas porque a empresa deve resgatar US$ 500 milhões em recuperação tributária junto ao CARF.

O estorno tem origem no acordo de R$ 20 bilhões firmado com a corte fiscal em agosto.

Por fim, o BBI destaca um incremento de caixa de US$ 638 milhões em valores contingenciados de venda de ativos pela Petrobras neste trimestre.

O BBI, no entanto, frisa que a antecipação não deve levar a um aumento de dividendos referentes aos primeiros três meses deste ano.

“Mas pode ser usado para o pagamento de dividendos extraordinários neste ano.”

Bradesco BBI: Dividendo extraordinário deve chegar a R$ 11,4 bi

O Bradesco BBI acredita que a volta ao normal para os dividendos da Petrobras pode significar um novo gatilho para as ações (PETR3;PETR4).

O pagamento acima de US$ 2 bilhões pode retomar a confiança do investidor, de acordo com o BBI.

“Pode solidificar a ideia de que os dividendos do quarto trimestres foram atípicos e não representam uma mudança na estratégia de alocação de capital da empresa”, afirmaram.

Segundo estimativa do Bradesco BBI, a Petrobras devem pagar 13% do valor da ação em dividendos pelos próximos 12 meses. O dividendo extraordinário da Petrobras deve alcançar US$ 2 bilhões, projeta o BBI, o que corresponde a R$ 11,4 bilhões.