Pátria compra gestora de fundos imobiliários do Credit Suisse

O negócio inclui os fundos imobiliários da gestora listados na B3 com aproximadamente R$ 12 bilhões em ativos

O Credit Suisse anunciou nesta quarta-feira (6) que assinou um acordo para vender seu negócio de fundos de investimento imobiliários (FIIs) no Brasil, a Credit Suisse Hedging-Griffo Real Estate, para o fundo de investimento Pátria Investimentos. A aquisição envolve o montante de R$ 650 milhões, cerca de US$ 130 mi, a ser desembolsado pelo Pátria.

O contrato foi celebrado entre o UBS Suíça, que assumiu controle das operações do Credit Suisse em março, e o fundo Pátria. O negócio será concluído em duas parcelas, com a primeira sendo de R$ 300 milhões (aproximadamente US$ 60 mi) após a aprovação regulatória e de mais R$ 350 mi (ou US$ 70 mi) após a aprovação por cotistas dos fundos imobiliários.

CSHG: cotistas devem aprovar transferência de FIIs

O acordo com o Pátria prevê a alienação de todos os ativos nos oito fundos imobiliários da CSHG Real Estate. Além disso, o contrato inclui a migração de todos os 25 profissionais “que atualmente integram o time dedicado a essa divisão e a substituição da CSHG Real Estate enquanto administradora fiduciária”. O Pátria Investimentos, portanto, vai passar a gerir os fundos imobiliários do Credit Suisse no Brasil.

A CSHG Real Estate administra ativos avaliados em R$ 11,9 bilhões no país, aproximadamente US$ 2,4 bi.

A transferência de custódia de fundos imobiliários da CSHG Real Estate para o Pátria está sujeita à votação dos cotistas dos oito FIIs em assembleias. As reuniões entre cotistas e a gestora devem ser “oportunamente convocadas na forma dos regulamentos dos Fundos e das normas da CVM”, afirmou a CSHG. O acordo também deve ser analisado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O comunicado da asset, contudo, não define datas para as assembleias dos oito fundos imobiliários sob gestão da CSHG. São eles:

  • HGRE11
  • HGLG11
  • HGRU11
  • HGCR11
  • HGFF11
  • HGPO11
  • CBOP11
  • HGRS11

Em comparação com 2022, todos os oito fundos imobiliários da gestora possuem um dividend yield médio de 9%.

CSHG afirma que taxa de administração de FIIs “não vai mudar”

Conforme o comunicado, a CSHG afirma que a transação com o Pátria não vai provocar mudanças nas taxas de administração cobradas pelos fundos imobiliários. O fundo privado deve anunciar, após a aprovação da aquisição nas assembleias, a nova gestora que tomará conta dos ativos.

“Com isso, o objetivo da transação é proporcionar aos FIIs e seus investidores a continuidade dos serviços de gestão atualmente prestados pelo time de gestão da CSHG, considerando a migração dos profissionais que o compõe, conforme já esclarecido”, afirma a gestora.

De acordo com comunicado, o Pátria tem sob sua administração ativos precificados em R$ 140 bilhões no Brasil. O fundo privado administra dois FIIs com ativos no Brasil, um de logística, o PATL11, e o PATC11, de lajes corporativas. Em 2022, o Pátria adquiriu 50% da gestora VBI, que administra ambos os FIIs.

O que o Pátria Investimentos e o UBS dizem sobre a aquisição

O CEO do Pátria Investimentos, Alex Saigh, se posicionou sobre a compra dos fundos da CSHG. Em nota, ele afirmou que “a recente aquisição para nosso negócio de investimentos imobiliários segue a estratégia de M&A que visamos desde nosso IPO”. Ainda conforme o comunicado, Saigh afirma que compra deve gerar “a adição permanente de ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês)”. Além disso, vai “aprofundar a estratégia de investimentos do Pátria no ramo imobiliário como um componente chave de diversidade de nossa plataforma de investimentos”.

Já Marcelo Fedak, head de Mercado Imobiliário do Pátria, disse que os fundos da CSHG “são de grande complemento aos negócios imobiliários do Pátria no Brasil”.

“O time de gestão da CSHG vai continuar à frente dos fundos. Essa expansão nos dará uma cobertura ampla dos maiores e mais relevantes segmentos do mercado imobiliário para oferecer um menu extensivo de ativos a nossos clientes”, concluiu o executivo.

Marcello Chilov, CEO do Credit Suisse Brasil e Head do UBS Global Wealth Management Latin America, afirmou que “o UBS tem um relacionamento histórico com o Pátria”. Por fim, o executivo disse que o Credit tem “confiança” na gestão dos FIIs pelo Pátria.

“Estamos confiante de que eles (Pátria) estão bem posicionados para proporcionar continuidade aos investidores dos fundos imobiliários e levar o negócio adiante”, concluiu Chilov.