- Home
- Mercado financeiro
- Negócios
- Para setor da mineração, metas de descarbonização devem se integrar à estratégia de empresas, aponta KPMG
Para setor da mineração, metas de descarbonização devem se integrar à estratégia de empresas, aponta KPMG
Pesquisa realizada pela KPMG com líderes brasileiros do setor de mineração mostra que 65% dos executivos entrevistados acreditam que a maneira mais eficaz de as companhias atingirem as metas de descarbonização é integrar essas metas à estratégia corporativa. O estudo “Panorama Global do Setor de Metais e Mineração 2024” apontou que 43% dos entrevistados pretendem transformar a pegada de carbono nas operações das empresas que lideram por meio de investimentos em tecnologia.
O mesmo percentual tem a intenção de ampliar os recursos em pesquisa e desenvolvimento. O levantamento é um recorte que ouviu 46 executivos do Brasil dentro de uma pesquisa mundial, num total de 450 participantes.
“Os dados mostram que a descarbonização eficaz pode revolucionar a eficiência e a lucratividade dos negócios e os líderes reconhecem que a indústria enfrenta grandes desafios para alcançar os objetivos de descarbonização. Ficou claro também a necessidade de investimento em sustentabilidade, tanto pelos benefícios ambientais quanto pelos ganhos operacionais, porque é a chave para a excelência operacional e promete maior resiliência, agilidade e uma economia sustentável”, analisa o sócio-líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul, Manuel Fernandes.
Para alinhar as operações da empresa às metas de descarbonização, os entrevistados disseram que as mudanças necessárias serão transformar o modelo operacional (43%), revisar as práticas de alocação de capital (41%) e expandir o portfólio de energias renováveis (39%).
A pesquisa também mostrou que, dentro do período de dois anos, 50% dos entrevistados pretendem ainda dar prioridade ao estabelecimento de novos indicadores de desempenho, eficiência e gestão de mudanças e à implementação de sistemas de tecnologia da informação para poder medir esses dados.
Por outro lado, um dos principais obstáculos apontados por 52% dos executivos de metais e mineração foi a resistência organizacional à adoção de novos modelos de negócios e tecnologias capazes de promover a criação de valor. Eles citaram ainda deficiências na infraestrutura digital (48%) e as políticas governamentais e regulamentações (46%).
“Essa inércia pode ser prejudicial para um setor que depende fortemente de inovações, especialmente em um contexto em que a demanda por eficiência energética e a redução de emissões são cada vez mais urgentes. Além disso, a falta de infraestrutura digital agrava a situação, pois limita a capacidade de implementação de tecnologias que poderiam reduzir a pegada de carbono”, alerta o sócio-líder de mineração da KPMG no Brasil, Juan Padial.
Para 70% dos líderes de mineração, o método mais eficaz para alcançar emissões líquidas zero é investir em tecnologias novas e relevantes, como aquelas que reduzem as emissões de carbono na produção de aço. Metade dos entrevistados aposta na alavancagem das capacidades logísticas e de transporte, enquanto 46% indicam a importância de contratar profissionais capacitados.
Entre os principais desafios que enfrentam para implementar as tecnologias mais recentes, 46% dos executivos apontaram a escassez de habilidades, estrutura de gestão altamente complexa e a dificuldade em mensurar o retorno sobre o investimento, esta última mencionada por 37% dos líderes.
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir