Natura (NTCO3) tenta convencer mercado de que está mudando para melhor
Empresas citadas na reportagem:
A Natura (NTCO3) está trabalhando na melhora operacional, com foco na expansão da margem e otimização de custos, comenta o Itaú BBA, após se reunir com o diretor-presidente, João Paulo Ferreira, e a diretora financeira, Silvia Vilas Boas, da companhia.
No entanto, a persistência dos custos de transformação em 2025, junto com a desaceleração nas vendas no primeiro trimestre na Natura Brasil e o crescimento lento na Avon Brasil, deve ser suficiente para que os investidores permaneçam cautelosos, afirma o banco.
As operações da Argentina continuam pressionando as margens da companhia, diante das questões de câmbio, inflação e mudanças tributárias no país. Além disso, a paralisação da fábrica de Moreno devido ao fechamento do centro de distribuição da Avon na Argentina pesou ainda mais na lucratividade.
Os custos de transformação permanecerão relevantes em 2025, mas não devem ultrapassar os níveis de 2024. A expectativa do banco é que o primeiro trimestre seja marcado por custos vinculados à preparação para a integração do México, enquanto o terceiro trimestre incluirá a preparação para a reestruturação da Argentina.
O plano de reposicionamento da marca da Avon ainda está em desenvolvimento, com foco no alinhamento dos investimentos em marketing com áreas que geram retornos mais altos. No entanto, a Natura não prevê uma reviravolta material para a Avon em 2025, com melhorias mais significativas esperadas apenas no final do ano ou em 2026, aponta o banco.
O Itaú BBA mantém a sua recomendação de compra sobre as ações da Natura&Co, com preço-alvo de R$ 14, potencial de alta de 42%.
‘Mensagem positiva’
A diretoria da Natura &Co mantém foco na expansão de margens e ganho de participação de mercado na América Latina neste ano em meio à reorganização estrutural que vem realizando, diz o JPMorgan.
Os analistas liderados por Joseph Giordano realizaram reunião com João Paulo Ferreira, que será o futuro diretor-presidente da companhia, e escrevem que a mensagem passada foi positiva e em linha com a busca por melhor comunicação.
A reorganização que a empresa propôs, com incorporação da Natura &Co pela Natura Cosméticos, veio sendo discutida nos últimos meses como forma de melhorar a estrutura tributária, afirma o banco.
Os executivos esperavam que a venda da Avon International acontecesse antes da reorganização, mas os executivos disseram que hoje a empresa atua em separado e não afeta mais a definição de estratégia das operações na América Latina.
O JPMorgan tem recomendação neutra para NTCO3, com preço-alvo em R$ 11, potencial de alta de 11,2% sobre o fechamento de terça-feira.
Integração e reposicionamento
A Natura &Co está comprometida em ampliar as suas margens ao mesmo tempo em que amplia as receitas da Avon, comenta a XP.
Essa conclusão foi obtida após o banco conversar com diretor-presidente, João Paulo Ferreira, diretor financeiro, Silvia Vilas Boas, e a equipe de relações com investidores (RI) da Natura &Co.
A companhia reforçou que a margem bruta ficou pressionada no quarto trimestre por causa do mix de produtos, iniciativas promocionais e desafios na Argentina, onde em 2024 foi implementado um imposto de 17% sobre a importação.
Mas para 2025, a expectativa é que a empresa retome a expansão das margens, apoiada por uma melhor distribuição das despesas de vendas, gerais e administrativas entre os trimestres.
No caso da Avon, a Natura acredita que a integração completa das equipes de pesquisa e desenvolvimento e de marketing deve ajudar a reposicionar a marca.
Para 2025, a expectativa é que os custos de transformação na América Latina sejam inferiores aos do ano passado, traçando o caminho para 2026 em que não seja mais necessário investir nesse item.
A XP mantém a sua recomendação de compra sobre as ações da NTCO3, com preço-alvo de R$ 18.
Com informações do Valor Econômico
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