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Ao retirar ferro do lixo, Ambipar espera entrar na lista de maiores fornecedoras da Gerdau
Empresas citadas na reportagem:
Uma das principais siderúrgicas do mundo, a Gerdau (GGBR4) produz parte do seu próprio minério de ferro, mas também compra a commodity de outras companhias para fazer aço. Uma parte do ferro utilizado pela siderúrgica vem de uma fonte improvável: a planta de mineração urbana da Ambipar (AMBP3), empresa da bolsa de valores especializada em soluções sustentáveis.
“No ano passado (2023), mandamos mais de 4 milhões de quilos de ferro para a Gerdau. Por isso, fomos o 13º maior fornecedor (de ferro da siderúrgica)”, diz Marcelo Oliveira, head de mineração urbana da Ambipar.
A perspectiva é fechar 2024 com volume ainda superior de ferro vendido à Gerdau. Inclusive, a siderúrgica não é a única grande cliente da Ambipar na compra de material reprocessado.
A CBA (CBAV3) também recolhe parte da sua matéria-prima do processo de mineração urbana da Ambipar. A companhia é uma das maiores do país na produção de alumínio.
Desafios do processo de mineração urbana
Oliveira explica que a relação com a Gerdau (GGBR4) é de mão dupla. A Ambipar (AMBP3) também compra da siderúrgica aglomerados de alumínio, latão e cobre.
A Ambipar entrega para a Gerdau e outras parceiras tecnologia e know how no processo de mineração urbana que as companhias geralmente não dominam. Por isso, essas empresas precisam vender seus resíduos e terceirizar a tarefa.
Oliveira conta que descobriu que o processo de mineração urbana poderia ser mais desafiador do que imaginava ao fechar contrato com uma grande empresa do setor de telefonia. Isso aconteceu logo no início das operações, quando a sua empresa, a GM&C ainda não fazia parte da Ambipar
Nesse sentido, a missão de Oliveira era dar nova vida aos chips de celular. Mas o desmonte da peças se mostrou inicialmente caro e pouco eficiente.
Contudo, a evolução dos processos permitiu à GM&C se tornar viável do ponto de vista operacional. Mais tarde, a empresa foi adquirida pela Ambipar para fazer todo o processo de mineração urbana.
Produtividade deve subir 200%, espera Ambipar
A planta de mineração urbana da Ambipar em São José dos Campos, no interior de São Paulo, custou cerca de R$ 100 milhões. Atualmente, ela tem capacidade para minerar 80 mil toneladas de lixo por ano.
No local, são separados grandes eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, de pequenos eletroeletrônicos, como celulares, tablets e notebooks.
Hoje, a planta processa 10 mil toneladas e deve chegar a 30 mil toneladas até o final de 2026, segundo a empresa.
Então, isso significaria aumento de 200% de produtividade da unidade de São José dos Campos nos próximos dois anos.
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