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A Shopee alcançou lucro operacional no Brasil pela primeira vez e projeta vendas de R$ 60 bilhões, ameaçando o Mercado Livre. O número de compradores ativos da Shopee cresceu 40% em um ano. Apesar do crescimento, o Itaú BBA acredita que a Shopee ainda não ameaça a liderança do Mercado Livre na América Latina. Para crescer, a Shopee deve aumentar o ticket médio e enfrentar desafios logísticos. A competição no e-commerce brasileiro deve se intensificar.
Na luta para dominar o e-commerce no Brasil, a Shopee está ganhando terreno em relação em concorrentes e está encostando no Mercado Livre (MELI34). A empresa de Singapura deve fechar o ano com uma receita bruta de vendas (GMV, na sigla em inglês) equivalente ao dobro do faturamento da Amazon no Brasil, prevê o Itaú BBA em relatório.
O banco de investimentos projeta um faturamento de R$ 60 bilhões em vendas ajustado em 12 meses, à medida em que a asiática, pela primeira vez desde a abertura da plataforma no Brasil, chega a um lucro operacional positivo. O banco nota que o break-even inédito da Shopee no Brasil vem acompanhado de ganho expressivo da base de usuários que realizam compras mensais no site.
Shopee é ameaça para Mercado Livre (MELI34)?
O número de compradores ativos por mês da Shopee saltou 40% entre o terceiro trimestre de 2023 e igual período de 2024. “A Shopee conseguiu tornar a operação no Brasil lucrativa e têm um tráfego tão grande quanto o Mercado Livre”, diz o Itaú BBA.
A Sea Limited, dona da Shopee, informou a investidores em seu resultado trimestral que a Shopee obteve lucro operacional positivo no terceiro trimestre. Não só no Brasil, mas na Ásia como um todo.
“Vamos continuar focando em crescimento, enquanto esperamos que a Shopee mantenha lucratividade adiante”, disse a controladora.
Para o Itaú BBA, o crescimento da Shopee não ameaça a supremacia do Mercado Livre (MELI34) no e-commerce na América Latina e no Brasil. Pelo menos, por enquanto.
Mas analistas do banco dizem, ao mesmo tempo, que se quiser crescer no Brasil, a plataforma asiática deve investir em aumentar o ticket médio do consumidor. Isso traria, de acordo com o Itaú BBA, desafios logísticos e de credenciamento de vendedores terceirizados para dentro do marketplace da Shopee. Por exemplo, lojas oficiais de marcas parceiras capazes de entregar produtos de valor agregado.
Analistas afirmam que a competição, a partir desses desafios, deve ficar mais acirrada. “O Mercado Livre (MELI34) mantém um ritmo constante e positivo de crescimento de GMV no Brasil”, dizem os especialistas do Itaú BBA.
Mesmo assim, analistas do Itaú BBA dizem que “continuam monitorando os efeitos da expansão da Shopee no Mercado Livre (MELI34).
Dobro da receita da Amazon no Brasil: como a Shopee chegou lá?
A diretoria da Shopee comentou a investidores que a cesta de produtos de usuários da plataforma vem aumentando. Assim, a continuidade do lucro das operações brasileiras é esperada, o que pavimenta o caminho para receitas ainda maiores.
Além disso, o custo de pedidos no Brasil vem reduzindo, à medida em que a Shopee aumenta a área de cobertura via vendedores terceiros. A Sea Limited diz que a distribuição da plataforma para vendedores chega a 70% do território nacional – número que o Itaú BBA contesta.
“Honestamente, temos dúvidas quanto ao dado por que o consideramos alto demais”, diz a equipe de Tiago Kapulskas, que assina o relatório. O time de especialistas frisa que a cobertura logística do Mercado Livre (MELI34) cobre cerca de 90% do Brasil, mas a varejista argentina levou anos para chegar ao atual patamar.
A Sea Limited espera ainda um crescimento de receita da Shopee no Brasil via plataforma de anúncios digitais e de serviços. No caso do site asiático, a conta digital Shopee Pay Later, ferramenta que permite compra a fornecedores com prorrogação de pagamento.