Magda Chambriard assume a Petrobras (PETR4) e a dúvida é se a política de dividendos pode mudar

Conselho de administração confirmou que a executiva tomou posse nesta sexta-feira

A Petrobras (PETR4) anunciou nesta sexta-feira (24) que seu conselho de administração aprovou a nomeação de Magda Chambriard como membro do colegiado. Assim como a elegeu como nova diretora-presidente da companhia.

Chambriard já tomou posse em ambos os cargos e passou a integrar o conselho imediatamente. Assim, não sendo necessária a convocação de assembleia de acionistas, afirma a estatal.

A nova CEO da Petrobras é engenheira e fez carreira na companhia. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entre 2012 e 2016.

A executiva assume o cargo deixado por Jean Paul Prates, demitido pelo presidente Lula no último dia 14 de maio após uma série de desencontros sobre a condução da companhia.

Política de dividendos

A mudança na presidência da Petrobras, com a confirmação de Magda Chambriard, novamente eleva os riscos em torno de maiores investimentos. Mas continua sendo improvável que a companhia consiga desviar muito do caminho pragmático que vinha sendo tomado nos últimos anos. Essa é a avaliação do BTG Pactual.

Os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez escrevem que é razoável assumir que a Petrobras vai aumentar investimentos. Contudo, no patamar que a empresa está hoje ela não consegue gastar dinheiro mais rápido do que o gera.

“A real questão da tese da Petrobras é se a companhia tem onde investir tanto dinheiro a ponto de comprometer a distribuição de dividendos e acreditamos que não”, comentam. Eles notam que a maior parte dos investimentos seriam orgânicos e de longo prazo.

Mesmo considerando um cenário improvável que a Petrobras compre 100% da Refinaria de Mataripe e os 64% da Braskem que não detém, a redução nos dividendos seria de apenas US$ 1,3 bilhão no ano.

O banco acredita que o próximo grande passo será a divulgação do novo plano estratégico da companhia, onde ficarão mais evidentes os planos de investimentos da Petrobras. Eles ainda veem que a assimetria das ações é positiva neste momento.

O BTG Pactual tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 19 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 27,6% sobre o fechamento de ontem.

Foco em investimentos

A posse de Magda Chambriard como diretora-presidente da Petrobras deve gerar aceleração dos investimentos e mudanças na diretoria da companhia. O que deve causar alguma diminuição nos dividendos, diz o Citi.

Para os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardona, os fundamentos da companhia permanecem robustos. Gerando caixa significativo por meio da produção de petróleo, preços elevados e alavancagem sob controle.

Então, o banco nota também que o arcabouço de leis e governança, reiterado recentemente pela Justiça, protege os direitos dos acionistas minoritários. E evita uma maior intervenção política na empresa.

Por fim, o Citi tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 15 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).

Com informações do Valor Econômico