Herdeiros e milionários estão na mira de imobiliária que quer ser butique de family offices

Famílias que acumularam muitos imóveis ou herdeiros que, de repente, precisam lidar com um portfólio grande de propriedades são o público-alvo da nova área criada dentro da imobiliária especializada em alto padrão Esquema Imóveis.
Marco Tulio, CEO da empresa, conta ter percebido que seus clientes da corretagem estavam desassistidos em termos da gestão desse patrimônio, que só cresceu nos últimos anos.
“Nossos clientes ampliaram o patrimônio nos últimos anos aproveitando o boom das commodities, a alta do dólar e as oportunidades que surgiram durante a pandemia”, afirma.
A diversidade dos ativos nas carteiras é um complicador. Na intermediação imobiliária tradicional, assessorando a compra, venda e locação de unidades, a empresa é especializada em alguns poucos bairros de São Paulo, como os Jardins e o Jardim Guedala.
O ticket médio, nesses caso, é de R$ 7,3 milhões por transação. Já na carteira dos clientes que investem no setor imobiliário pode haver também propriedades comerciais, galpões, fazendas e unidades de outros padrões.
A companhia contratou Ana Carolina Pereira, ex-Mogno Capital e JLL, para liderar a área de gestão de patrimônio, criada no segundo semestre do ano passado, e que conta com quase 80 imóveis, que valem cerca de R$ 500 milhões.
A expectativa de Tulio é dobrar esse volume até o fim do ano e, em três anos, ter 20% da receita da Esquema vindo do segmento.
Um diferencial, para eles, é que esse serviço gera receita recorrente, já que os clientes pagam um valor mensal pelos serviços, além das taxas tradicionais de corretagem quando operações forem realizadas. É um contraste com o modelo de imobiliária, que tem a receita de acordo com as operações realizadas naquele mês.
A área deve avaliar se os valores que o cliente obtém atualmente com cada imóvel são condizentes com as oportunidades do mercado. “Se o aluguel está baixo, já sugerimos um aumento, ou trocar o inquilino, ou vender o imóvel”, explica Tulio.
Uma sala comercial que está com aluguel mais baixo do que a média cobrada no mercado, por exemplo, pode receber a orientação de ser vendida para ter o valor reinvestido em um ativo mais líquido.
A imobiliária quer ser uma “subcontratada” de family offices, para entrar com o conhecimento específico sobre o setor imobiliário, como precificação e o melhor sistema tributário.
Com informações do Valor Econômico.
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