Ação que vale por um bitcoin? Fictor (FICT3) se arma para duelo com gigantes de alimentos

Ainda pré-operacional, a Fictor Alimentos chegou à bolsa de valores em novembro de 2024, por meio de uma operação apelidada no mercado de 'IPO reverso'

Empresas citadas na reportagem:

Sem muito alarde, uma empresa brasileira vem se preparando para medir forças com gigantes como JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), tanto pelo mercado de proteína animal quanto pelo bolso dos investidores. Trata-se da Fictor Alimentos (FICT3), um braço do Grupo Fictor, holding nacional com participações em áreas como infraestrutura, agronegócio, finanças e energia.

Ainda pré-operacional, a Fictor Alimentos chegou à bolsa de valores em novembro de 2024, por meio de uma operação apelidada no mercado de “IPO reverso”.

É uma transação mais frequente nas bolsas dos Estados Unidos. Nela, uma empresa de capital fechado compra a “casca” de uma companhia listada em bolsa.

Então, em vez de uma oferta inicial de ações (IPO), a nova empresa herda o registro de companhia aberta da vendedora.

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    No caso, a Fictor Holding e a Aqwa Capital compraram o controle da Atom, que era uma empresa de educação, listada na B3 como (ATOM3).

    Atualmente, a Fictor está cuidando dos trâmites para mudança da razão social, estatutos e outras burocracias.

    Quando isso estiver concluído – espera-se, até o fim do primeiro semestre de 2025 – a companhia deve embarcar num processo de crescimento via aquisições.

    “Vamos crescer via fusões e aquisições, em particular de pequenas empresas com fragilidade financeira, em vias de recuperação judicial ou de falência”, disse o diretor de relações com investidores da Fictor Alimentos, André Vasconcellos, à Inteligência Financeira.

    Fictor atua em aves e pescados e deve buscar novos segmentos

    A tese de investimento da Fictor (FICT3) é usar capital próprio para sanear essas empresas e crescer, aproveitando-se das limitações dos concorrentes maiores.

    Isso porque o mercado de proteína animal tem alta concentração no país, especialmente JBS (JBBS3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3).

    Logo, a tendência é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impor crescentes barreiras para o crescimento delas para proteger a concorrência.

    Atualmente, o estatuto da Fictor (FICT3) restringe sua atuação nos setores da aves, pescados e frutos do mar.

    Contudo, disse Vasconcellos, mudanças estatuárias podem abrir caminho para entrada em novos segmentos, como os de bovinos e suínos.

    Segundo ele, há um universo enorme de pequenos produtores nessas áreas que enfrentam desafios não só financeiros, mas ambientais e de gestão.

    “Várias delas estão suplicando para serem vendidas”, disse o executivo.

    Simultaneamente, a Fictor Alimentos poderia incorporar algumas marcas de alimentos hoje detidas pela holding.

    Nesse sentido, o Grupo Fictor já é dono da Dr.Foods (nutrição humana e animal), Vensa (grãos) e Fredini (aves).

    Fictor Alimentos (FICT3) chegou à B3 via ‘IPO reverso’. Foto: Divulgação

    Fictor (FICT3), a ação que vale um bitcoin?

    Atentos à movimentação da Fictor para o setor, incluindo a contratação de executivos de mercado e aos planos de crescimento no setor, investidores começaram a comprar a ação, mesmo com a empresa ainda em estágio pré-operacional.

    Assim, só em 2025, FICT3 acumula valorização aproximada de 40%. Isso, mesmo após uma escalada de mais de 300% em 2024.

    Tem sido um investimento com rentabilidade equivalente ao de um bitcoin, comenta Vasconcellos.

    A mais popular das moedas eletrônicas acumulou valorização de cerca de 130% nos últimos 12 meses, em dólares.

    Os comentários do executivo acontecem na esteira do anúncio da entrada da JBS no setor de ovos, por meio da comprar de metade da Mantiqueira, uma das maiores do setor no país.

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