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CRVR, do grupo Solví, construirá segunda usina de biometano no Rio Grande do Sul
A Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), empresa do grupo Solví, vai construir uma segunda usina de biometano no Rio Grande do Sul, com investimentos que superam R$ 100 milhões, como parte de um plano de valorização e recuperação energética de resíduos sólidos. O projeto, no município de São Leopoldo, terá capacidade de gerar até 34 mil metros cúbicos por dia (m³/dia) de biometano, que é o biogás com grau de pureza acima de 95%.
A nova usina de biometano vai se somar à primeira central, em Minas do Leão, que está em construção, com capacidade de produzir 66 mil m³/dia e previsão de ser inaugurada no primeiro semestre do ano que vem. Com a nova usina, a CRVR produzirá 100 mil m³/dia de biometano no Estado, com investimentos que totalizam mais de R$ 230 milhões. O volume equivale a 16,5 mil botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha) de 13 quilos.
O biometano, a partir da purificação do biogás, permite o uso como combustível renovável ao apresentar as mesmas características do metano encontrado no gás fóssil. Além da venda do biocombustível, a CRVR pode ainda levantar mais recursos com a comercialização de créditos de carbono associados à iniciativa.
A CRVR possui cinco aterros sanitários regionais, que atendem, ao todo, a cerca de 8,5 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, o que corresponde a aproximadamente 75% da população do Estado. Por serem regionais, os aterros recebem diariamente entre 400 toneladas e 3,5 mil toneladas de resíduos de cidades do entorno dos empreendimentos.
Minas do Leão, por exemplo, recebe por dia cerca de 3.500 toneladas de resíduos de 52 cidades, inclusive da capital, Porto Alegre. Já o aterro sanitário de São Leopoldo recebe cerca de 1.300 toneladas de resíduos por dia.
Segundo o diretor-presidente da CRVR, Leomyr Girondi, a regionalização cria condições de escala que permite investimentos em tecnologias de aproveitamento dos resíduos, no momento em que a procura por soluções mais sustentáveis, voltadas para a descarbonização, é cada vez mais elevada. “É um gás que tem boa procura no mercado, por indústrias que estão buscando mudar uma matriz mais renovável. E hoje há poucos fornecedores em grande escala”, observou Girondi.
Os dois investimentos em biometano fazem parte de um plano de valorização dos resíduos sólidos, executado em ciclos. O primeiro ciclo da empresa veio em 2015, quando começou a produzir energia elétrica com o uso do biogás obtido com a decomposição do lixo orgânico, em Minas do Leão, cuja unidade geradora tem potência de 8,5 megawatts-hora, capaz de atender a uma população da ordem de 100 mil habitantes.
O segundo ciclo veio com a queima controlada do biogás, retirando o metano que seria lançado na atmosfera. Os dois ciclos, conta Girondi, permitiram à CRVR a negociação de créditos de carbono relativos aos respectivos processos.
Agora, com a produção do biometano, a CRVR manterá a produção de energia, enquanto a queima controlada em “flare” ocorrerá apenas para o excedente de biogás resultante das duas atividades. A queima de biogás, explicou, continuará a gerar créditos de carbono.
Girondi conta ainda que parte do biometano produzido irá atender à frota que transporta os resíduos para os aterros da companhia, e que a CRVR vê espaço para expansão da oferta de biometano, a partir dos aterros Giruá, Santa Maria e Victor Graeff.
“São três regiões bem diferentes, mas bem estratégicas no Estado. Vamos buscar plantas de menor vazão, menor ‘capex’ [investimentos], mas que tenham a condição de produzir biometano”, afirmou Girondi.
*Com informações do Valor Econômico
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