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Caixa Econômica Federal prepara estreia no mercado de bets
A Caixa Econômica Federal está preparando sua estreia no mercado de apostas esportivas online, as bets, revelou o presidente-executivo do banco, Carlos Vieira.
“Nós temos toda uma construção no sentido de posicionar a Caixa nesse mundo das bets”, afirmou Vieira em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira.
O executivo contou que o negócio se dará por meio de parceria entre uma empresa de loterias recentemente constituída pelo banco e um parceiro privado.
Será o mesmo veículo que vai operar a partir deste ano as apostas instantâneas conhecidas como raspadinha.
Dessa forma, o passo seguinte serão as apostas online, em 2025.
“A gente já tem uma ideia de valuation (valor do negócio) que teria essa empresa daqui a um ano, um ano e meio”, acrescentou ele.
Segundo Vieira, embora envolva um parceiro, já é certo que o produto vai carregar a marca Caixa.
Até o advento das bets, a Caixa dominava praticamente sozinha o mercado de loterias no país.
Contudo, nos últimos anos essa realidade tem mudado rapidamente.
Segundo a consultoria global Comscore, o setor de apostas online cresceu 281% de 2019 a 2023, com 42,5 milhões de usuários no país.
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Em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, contou ainda que o banco busca parceiros internacionais para o financiamento imobiliário. Confira.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bets: um negócio de R$ 100 bilhões
Embora tenha sido regulamentado apenas no mês passado pela Câmara dos Deputados, o mercado de apostas online já é gigante no país.
Segundo o agregador de apostas BNL, esse mercado movimentou mais de R$ 100 bilhões no país em 2023.
Com isso, o BNL estima que as plataformas faturaram R$ 13 bilhões no ano passado no Brasil, 71% a mais do que em 2020.
Isso significa que o banco vai chegar a um setor já povoado por dezenas de plataformas de apostas.
Em relatório recente, a equipe da XP considerou que a regulamentação do setor pode torná-lo menos atrativo por causa da tributação.
Construção de estádios
Vieira revelou ainda que a Caixa assinou com o Flamengo um acordo de confidencialidade (NDA, na sigla em inglês) sobre financiamento do estádio do clube.
A expectativa de Vieira é de replicar com o clube carioca um modelo em discussão com o Corinthians, que tem com a Caixa um dívida de cerca de R$ 600 milhões.
O valor refere-se ao financiamento feito pelo banco para a construção da Neo Química Arena, antes conhecida como Arena Corinthians, em 2014.
A ideia da Caixa é transformar as dívidas dos clubes em títulos para serem negociados no mercado, inclusive por investidores de varejo.
Assim, os títulos teriam como uma espécie de lastro o estádio. Dessa forma, quem comprasse os títulos seria como um investidor do clube.
“Tem alguns interesses comuns em discussão”, disse Vieira em referência às discussões com o Flamengo, mas o executivo evitou dar detalhes.
De todo modo, o acordo de confidencialidade representa um avanço em relação ao andamento das conversas.
Em dezembro, Vieira afirmara que o Flamengo ainda não havia definido um formato para um eventual negócio.
A área onde o clube carioca, o maior do país em número de torcedores, pretende construir seu estádio fica num terreno que pertence a um fundo de investimento da Caixa.
Vieira contou ainda que o São Paulo Futebol Clube também procurou a Caixa para conversar.
Embora já tenha um estádio próprio, o hoje conhecido como Morumbis, o clube paulista poderia usar o estádio como garantia para suas dívidas bancárias, que passariam a ser concentradas na Caixa.
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