Maior grupo de shopping centers do país, a Allos (ALOS3), formada da fusão de Aliansce Sonae e BR Malls, anunciou na quarta-feira (4) o maior investimento do grupo desde a aprovação do acordo de união das empresas, em 2022. Estão orçados R$ 216 milhões em investimentos na ampliação e repaginação de áreas do Shopping Campo Grande (MS).
O plano inclui a abertura de 150 lojas novas na base atual de 206 pontos, e numa segunda fase, haverá a adição de mais sete novas torres. Isso entre edifícios comerciais e residenciais, e um hotel, com novos investimentos junto a parceiros destes setores.
O projeto alcança 23,7 mil metros quadrados em área bruta locável, sendo que 12,2 mil metros quadrados serão aumento de área e 11,5 mil se referem à reorganização de metragem já ocupada. Trata-se da primeira ampliação do empreendimento em 13 anos, e a expectativa é que esta expansão seja finalizada em 2027.
Aposta de expansão da Allos
As obras devem começar em 2025 com duração de cerca de 18 meses, disse Leandro Lopes, vice-presidente de negócios da Allos, empresa líder do segmento com participação em 47 shoppings no país.
“Estamos sem área nova disponível ali há anos, e era hora de ampliar e qualificar o portfólio do Campo Grande. É um shopping com venda por metro quadrado [ao mês] de, em média, de R$ 2,1 mil, que não deve nada aos grandes ativos do setor. A acreditamos num aumento de 40% das vendas do shopping após o investimento”, afirmou.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) nominal alavancada é estimada em 20,8% ao ano. Pela TIR, a grosso modo, o investidor consegue medir os retornos obtidos ao longo do tempo com base em um investimento inicial. A ABL (área bruta locável) total do Campo Grande alcança cerca de 40 mil metros quadrados.
A Allos é dona de 70,9% do Campo Grande, com a taxa de ocupação no segundo trimestre em 96,1%, em linha com a taxa média da carteira do grupo (96,3%).
Crescimento no Centro-Oeste
Já existem no local duas torres corporativas em operação, e devem ser construídas mais três torres corporativas, quatro torres residenciais e um hotel. Que somam um Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de quase R$ 1 bilhão. As conversas com construtoras ainda devem acontecer, para a seleção do parceiro. A expectativa é que todo o projeto esteja implementado no prazo de oito a dez anos.
“A expansão com as lojas e as torres será integrada ao shopping, pois a ideia é que o consumidor caminhe pelos espaços sem fricção. Sem que perceba que está mudando de área”, disse Lopes, que está na capital do Estado para evento de lançamento da ampliação do empreendimento.
Trata-se de um anúncio dentro de um plano de expansão que deve avançar em etapas dentro do grupo.
A Allos já informou neste ano que tem contratos assinados com 12 construtoras para levantar 49 torres no longo prazo, com um VGV de R$ 3,6 bilhões.
O empreendimento está entre as prioridades de crescimento na região Centro-Oeste, que avança suportada pela aceleração do agronegócio. Mas nesse planejamento, há uma maior concentração de desembolsos, no curto prazo, no Sudeste e parte do Nordeste.
Pelo informado no início do ano, o cronograma de investimentos de 2024 envolve a expansão do Parque Shopping Maceió (AL). A revitalização dos shoppings Dom Pedro, em Campinas (SP); Uberlândia (MG); Villa Lobos (SP); Bahia e Del Rey (MG). Além da repaginação de Recife (PE) e Leblon (RJ).
Em termos estratégicos, a expansão se volta aos segmentos do varejo que têm conseguido atrair tráfego maior de clientes após a pandemia. Especialmente na área gastronômica — por conta do movimento de migração de restaurantes para as áreas fechadas dos shoppings. E podem ser trazidas marcas internacionais exclusivas, diz o executivo, sem detalhar eventuais negócios potenciais.
A Allos registrou um lucro líquido de R$ 326,1 milhões no segundo trimestre, alta de 113,1% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado. Na mesma base de comparação, a receita líquida alcançou R$ 622 milhões, alta de 3,8%.
Com informações do Valor Econômico