Ações da Tesla caem com tarifas de Trump, Canadá e entregas no radar

As ações da Tesla caem nesta quarta-feira (26), após uma sequência de cinco dias de alta que levou os papéis de cerca de US$ 225 para US$ 288 — uma valorização de 28%.
Agora, os próximos pontos de atenção para os investidores são: os números de entregas do primeiro trimestre e as tarifas de importação.
Há pouco, as ações da montadora de veículos elétricos cediam 5,56% na Nasdaq, sendo negociadas a US$ 272,13.
Na terça-feira (25), os papéis fecharam em alta de 3,5%, apesar de novos dados de vendas mostrarem que as vendas da Tesla na Europa caíram 40% em fevereiro na comparação com o ano anterior, acumulando uma queda de 43% no ano até agora.
Impacto negativo da ação política de Elon Musk?
Investidores estão debatendo o quanto dessa queda se deve a uma possível reação negativa às atividades políticas do diretor-presidente Elon Musk e o quanto tem relação com a transição feita pela empresa para o Model Y.
A Tesla lançou recentemente uma versão atualizada do Model Y e está acelerando a produção desse novo modelo.
O próximo dado importante de vendas deve sair em 2 de abril, quando a Tesla divulgará os resultados de entregas do primeiro trimestre.
O mercado, segundo a FactSet, estima a venda de cerca de 414 mil veículos. Essa projeção, todavia, pode estar um pouco alta. Nem todos os analistas atualizam suas estimativas com a mesma frequência.
As projeções mais recentes apontam para cerca de 360 mil veículos. A Tesla vendeu aproximadamente 387 mil carros no primeiro trimestre de 2024.
Novas tarifas também devem impactar negócios
O dia 2 de abril também marca a data em que devem entrar em vigor as tarifas de importação de 25% impostas pelo ex-presidente Donald Trump sobre Canadá e México.
Os carros vendidos pela Tesla nos Estados Unidos são montados domesticamente, mas contêm peças vindas do Canadá e do México.
Ainda assim, a Tesla está relativamente menos exposta às tarifas do que outras montadoras americanas.
“Consideramos a Tesla a menos exposta às tarifas, observando que ela foi eleita a ‘montadora mais americana’ de 2022 a 2024 pelo site Cars.com”, escreveu o analista Garrett Nelson, da CFRA, nesta terça.
“A Tesla regionalizou em grande parte sua produção e entrega de veículos ao estabelecer presença fabril e de fornecimento de peças nos três principais mercados: EUA, Europa e Ásia.”
Retaliação de outros países também pode causar problemas
Os aumentos de custo com peças importadas não são o único impacto possível das tarifas. Outros países podem retaliar. Também nesta terça, a Ministra dos Transportes do Canadá, Chrystia Freeland, anunciou a suspensão dos subsídios para compradores de veículos da Tesla, e instruiu a Transport Canada a revisar os critérios de elegibilidade para excluir os veículos da Tesla, citando as tarifas iminentes dos EUA.
Os incentivos federais de compra no Canadá valem (ou valiam) até US$ 5.000 para a maioria dos modelos da Tesla.
A decisão dela veio após a cidade de Toronto excluir os veículos da Tesla de programas de subsídios para limusines e táxis, em fevereiro.
Por sua vez, Garrett Nelson, da CFRA, não parece muito preocupado com os impactos políticos no longo prazo. Ele mantém recomendação de compra para as ações da Tesla, com um preço-alvo de US$ 385.
No geral, 51% dos analistas que acompanham as ações da Tesla têm recomendação de compra, segundo a FactSet.
A média de recomendação de compra para ações do S&P 500 é de cerca de 55%. O preço-alvo médio dos analistas para as ações da Tesla é de cerca de US$ 366.
*Com informações do Valor Econômico
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