Mudança na política de dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4): Como fica o desempenho das ações em 2023

Veja três cenários possíveis para o impacto sobre as ações da petroleira

Dada a importância dos dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) para as ações da companhia e a incerteza em torno de qual será sua política em 2023, o Santander elaborou análises sobre os possíveis cenários à frente.

O banco considera os impactos sobre as ações após o pagamento do lucro do quarto trimestre, uma possível mudança na política de dividendos a partir deste ano e perspectivas para os descontos das ações ordinárias (ON) em relação às ações preferenciais (PN).

Ao avaliar o que acontecerá com os dividendos da Petrobras e seu impacto sobre as ações da companhia quando os resultados do quarto trimestre forem divulgados em 1º de março, o Santander prevê três cenários, um positivo, negativo e outro neutro.

Cenário 1: impacto positivo

O impacto positivo se daria no caso de o pagamento de dividendos ultrapassar 25% do lucro líquido.

Projetando possíveis mudanças nos dividendos da Petrobras em 2023, os analistas Christian Audi e Eduardo Muniz assumem o pagamento mínimo de 25% do lucro líquido ajustado como caso base, o que impactaria tanto a magnitude quanto a frequência dos pagamentos trimestrais existentes hoje.

Nessa conjuntura, estimam uma taxa de rendimento (dividend yield) de aproximadamente 8% para a Petrobras em 2023, contra cerca de 9% dos retornos para os pares dos EUA e da Europa e 10% para nomes de petróleo de mercados emergentes.

Cenário 2: efeito negativo

O efeito negativo ocorreria caso o pagamento ficasse abaixo desse nível ou em zero – este último um quadro improvável, na avaliação do banco.

Os analistas consideram que, caso a incerteza sobre dividendos se dissipe com um viés positivo e leve os estrangeiros a aumentarem sua exposição à Petrobras, o spread (diferença) entre as ações ON e PN da Petrobras poderá se ampliar.

Eles ponderam que, em termos de fundamentos, a alta liquidez e o pagamento semelhante de dividendos de ambas as ações, somada à improvável privatização da Petrobras nos próximos quatro anos, levam a esperar que o spread atual de aproximadamente R$ 1,10 das ações ON para as PN diminua.

“No entanto, do ponto de vista dos fluxos, nossa percepção – com base em nossas discussões em andamento com os investidores – é que os investidores estrangeiros são mais construtivos em relação à Petrobras do que os locais no Brasil, e os investidores estrangeiros preferem comprar as ações ON devido à sua natureza de acionista controlador”, comentam os analistas.

Cenário 3: efeito neutro

O efeito neutro, por sua vez, aconteceria se a estatal pagasse os 25% do lucro líquido previsto no consenso da Lei das S.A.

O Santander mantém a recomendação neutra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de US$ 13,50 por recibo de ação (ADR). O valor significa uma valorização potencial de 15,2% sobre a cotação atual.

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