Dados de emprego e PCE nos Estados Unidos estão no radar; apetite a risco da véspera vai continuar na última sessão de janeiro?
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Empresas citadas na reportagem:
Janeiro termina com três importantes agendas econômicas. Assim, estão no radar do mercado a divulgação das estatísticas fiscais de dezembro, do Banco Central, e a taxa de desemprego no Brasil, segundo o IBGE.
Nos Estados Unidos, sai o PCE, que é o índice de preços de gastos com consumo de dezembro. Essas são as principais conclusões do morning call desta sexta-feira (31).
Ibovespa positivo em janeiro
Então, vamos ver como o mercado encerra o mês. Diante das altas expressivas registradas nos pregões de segunda e quinta-feira ou no marasmo de queda de terça e quarta.
Apesar do sobe e desce, a bolsa de valores superou nesta semana a pontuação de 124 mil pontos. É uma marca importante, afinal, vale sempre lembrar que o Ibovespa começou o ano na casa de 120 mil.
O movimento atual da bolsa de valores, aliás, é curioso.
Embora o senso comum indicasse que o Ibovespa deveria cair por conta da alta de juros, não é o que ocorre. O Banco Central subiu a taxa de juros em 1 ponto percentual na quarta-feira – a Selic pulou de 12,25% para 13,25% ao ano. E nesta quinta-feira, a bolsa pulou quase 3%.
Foi o valor mais alto de fechamento nominal desde 11 de dezembro do ano passado.
Diante do desempenho, o índice de referência do mercado de ações brasileiro acumula uma valorização de mais de 5% em janeiro.
Portanto, se não houver um tombo hoje, deve quebrar uma sequência de quatro perdas mensais.
Por que o Ibovespa subiu quase 3%?
Uma combinação favorável de fatores locais ajudou a diminuir o prêmio de risco dos ativos domésticos na sessão de quinta e a destravar uma alta firme do Ibovespa, que avançou 2,82%, aos 126.913 pontos, perto da máxima, de 127.169 pontos.
Por que isso aconteceu se a literatura ensina que juro alto é ruim para as empresas e, por consequência, para investimentos em ações?
Segundo especialistas do mercado ouvidos pela Inteligência Financeira, um conjunto de eventos ajuda a explicar esse movimento aparentemente contraditório.
Um dos mais relevantes, entretanto, tem a ver com o receio de grandes investidores ligado à troca de comando no Banco Central.
A decisão de juros desta semana foi a primeira sob comando de Gabriel Galípolo. E, assim como ele, quatro dos nove membros da diretoria foram indicações do governo Lula.
Porém, a votação pela alta do juro na véspera foi unânime, indicando que o Banco Central se mantém firme e fiel ao seu mandato de combate à inflação.
Então, vale o investidor ficar de olho nas duas principais empresas da bolsa de valores. Ambas registraram valorização no dia anterior.
As ações da Vale (VALE3) ganharam 4,22%. Enquanto os papeis da Petrobras subiram 1,33%. O desempenho da petroleira pode ter relação com relatório do JPMorgan. O banco internacional indicou que a empresa tem boa perspectiva. Mesmo se não houver reajuste dos combustíveis.
Bolsas da Ásia têm sinal misto
Os principais índices acionários da Ásia fecharam sem direção comum, com a bolsa de Tóquio seguindo os ganhos de Wall Street, enquanto Seul reabriu após ficar fechada devido ao Ano Novo Lunar e teve queda puxada por ações de chips.
O índice Nikkei 225 do Japão fechou em alta de 0,15% a 39.572,49 pontos, e o índice Kospi da Coreia do Sul caiu 0,77% a 2.517,37 pontos. As bolsas da China permaneceram fechadas.
No acumulado da semana, o Nikkei 225 recuou 0,90% e o Kospi teve queda de 0,77%. O Hang Seng de Hong Kong subiu 0,79%, após abrir apenas dois dias esta semana, enquanto a bosla de Xangei permaneceu fechada.
As ações japonesas de tecnologia lideraram os ganhos em Tóquio, com destaque para o SoftBank Group, em alta de 1,2%, e a Panasonic, que adicionou 1,7%. Entre os dados, a inflação de Tóquio avançou, apoiando o plano do Banco do Japão (BoJ) de buscar mais aumentos de juros.
Em Seul, a fornecedora da Nvidia, SK Hynix, caiu 9,9%, seguindo a forte queda nas ações de chips de inteligência artificial americanas esta semana devido a preocupações com a concorrência empresa chinesa DeepSeek.
Com informações do Valor Econômico.