Morning call: mercado acompanha detalhes da isenção do IR que deve custar R$ 27 bilhões

Empresas citadas na reportagem:
O mercado nesta terça-feira (18) acompanha de perto as movimentações em Brasília. Afinal, é aguardado para hoje o anúncio da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Eis a principal notícia do morning call.
É bastante provável que o anúncio ocorra no Palácio do Planalto e com pompa. Trata-se de mais um esforço do atual governo para, por meio da conhecida agenda positiva, reverter os índices ruins de popularidade registrados pelo presidente recentemente. Na semana passada, o governo divulgou o novo crédito consignado para os funcionários da iniciativa privada.
Aliás, dois novos dados sobre o tema devem ser divulgados em breve – e isso pode novamente fazer preço no mercado e no dólar. Assim sendo, vale a pena ficar de olho sobretudo se você investe em renda variável.
Quanto a isenção vai custar?
No frigir dos ovos, ampliar a isenção do IR vai custar R$ 27 bilhões, de acordo com notícia publicada pela Agência Brasil e creditada ao ministro Fernando Haddad. A Inteligência Financeira obteve informação semelhante.
Para divulgar o benefício, contudo, o governo ainda precisa indicar de onde sai o dinheiro para a isenção. Pode ser por meio da taxação de dividendos? Pode. Mas é preciso aguardar detalhes da proposta.
Mercado procura ‘notícia’
O que causa ainda mais ansiedade no mercado é que não há nesta terça-feira nenhum dado econômico a ser divulgado.
Assim, além da isenção, ganha força a discussão em torno da taxa Selic. Ou melhor, já se sabe que o governo vai ampliá-la em um ponto percentual – de 13,25% para 14,25% ao ano. O imperativo agora é descobrir quando a sequência altista se encerra.
O Itaú, por exemplo, indicou mais cedo na segunda-feira que haverá este aumento de quarta, mais dois de 0,50 ponto percentual. A Selic então vai chegar a 15,25% ao ano. E o atual ciclo estará encerrado.
Morning call: como foi o fechamento da bolsa
Em um pregão de alta firme das ações da Petrobras, da Vale e de bancos, o Ibovespa ganhou fôlego para terminar no maior fechamento diário visto este ano, depois de oscilar entre os 128.957 pontos e os 131.313 pontos.
O índice fechou com alta de 1,46%, aos 130.834 pontos.
A última vez que o índice tinha ultrapassado os 130 mil pontos tinha sido em 6 de novembro, quando fechou aos 130.341 mil pontos.
O dia mais positivo para os preços do petróleo e a recuperação das bolsas americanas deram impulso adicional para a referência acionária brasileira, em uma sessão também marcada pelo anúncio de estímulos ao consumo na China.
Ótimo desempenho
As ações da Petrobras encerraram em alta: as PN subiram 1,86%, enquanto as ON tiveram alta de 2,32%. Já as ações da Vale ganharam 1,44%, ao mesmo tempo em que o destaque entre as blue chips de bancos ficou para os papéis PN do Itaú, com alta de 3,00%.
Em dia de recuo dos juros futuros, as ações da Vamos estiveram entre as maiores valorizações do pregão, com um avanço de 6,08%, assim como outros papéis mais domésticos, caso de Magazine Luiza (+5,62%) e RD Saúde (+4,12%).
Na ponta contrária, as ações da SCL Agrícola ficaram entre as maiores perdas, no valor de 3,92%. Os papéis da Natura & Co ampliaram as quedas na sessão de hoje e fecharam com queda de 3,16%, renovando a mínima histórica dos papéis, cotados a R$ 9,20.
O volume financeiro da sessão foi um pouco maior e chegou a R$ 17,8 bilhões. Já na B3, o giro financeiro foi de R$ 23,1bilhões. Em Nova York, o dia foi de alívio nas bolsas americanas: o Nasdaq teve alta de 0,31%; Dow Jones subiu 0,85%; e o S&P 500 avançou 0,64%.
Com informações do Valor Econômico