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IF Hoje: Sem texto final da PEC da Transição, mercado opera com dados da inflação dos EUA
A terça-feira (15) foi positiva em Wall Street após a inflação ao produtor de outubro ficar abaixo do esperado pelo mercado. Os preços no atacado subiram 0,2% no mês passado em relação a setembro, enquanto as estimativas eram de uma alta de 0,4%.
O principal desafio econômico vivido pelos Estados Unidos neste momento é a inflação ao consumidor mais elevada em cerca de 40 anos. Para tentar reduzir o ímpeto dos preços, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) aumentou sua taxa básica de juros seis vezes nos últimos meses. Atualmente, a taxa está no intervalo 3,75%-4% ao ano.
Existe o temor de que essa alta tão pronunciada leve o país à recessão, por isso a desaceleração da inflação no atacado – que se reflete nos preços ao consumidor – é uma boa notícia dupla: significa que o poder de compra da população vai parar de encolher e que o arroxo está mais perto do final.
No mercado financeiro, torna mais atraentes as aplicações de maior risco, como as ações negociadas em Bolsa de Valores, em detrimento da renda fixa, que é favorecida pelo aumento dos juros. Na terça (15), a Bolsa de Nova York subiu 0,17%, e o índice S&P500, 0,87%. A Bolsa Nasdaq, onde são negociadas as ações de empresas de tecnologia, vistas como mais arriscadas do que outros setores, avançou 1,45%.
É provável que, fechada na terça por conta do feriado da Proclamação da República, a Bolsa brasileira repita esse bom desempenho nesta quarta (16). Os preços dos ativos de empresas brasileiras negociados nos EUA precisam ser ajustados no mercado local para equivalerem aos do mercado americano. A ADR (American Depository Receipt) da Petrobras, por exemplo, subiu 0,59% na Bolsa de Nova York na terça (15).
PEC da Transição
Esperada para esta quarta (16), ficou para quinta (17) a apresentação do texto final da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, que deve trazer o montante que o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) pretende gastar para cumprir promessas de campanha como a manutenção do Auxílio Brasil – que volta a se chamar Bolsa Família – em R$ 600 e o aumento do salário mínimo acima da inflação. A proposta visa a pedir autorização ao Congresso Nacional para ignorar a regra do teto de gastos.
Em entrevista ao canal de TV CNN Brasil na noite de terça (15), o deputado federal José Guimarães, vice-presidente do PT, disse que não é possível apresentar o texto sem que se tenha chegado a um acordo firme com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), e o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). Daí que essa divulgação deve atrasar um dia em relação ao inicialmente previsto.
A discussão sobre a proposta tem dois pontos principais: o valor do pacote (estimado entre R$ 150 bilhões e R$ 170 bilhões) e a duração do waiver (autorização para quebrar a regra). O PT defende que os gastos sociais fiquem fora do teto de gastos pelos próximos quatro anos, mas Lira quer que a autorização seja válida para 2023 somente.
O mercado está preocupado com a possibilidade de essa proposta levar a um descontrole das contas do governo, então, quanto menor o montante e mais limitada a duração do waiver, melhor vista será a PEC.
Agenda do dia
- 10h30 – EUA: Vendas no varejo (outubro)
- 11h15 – EUA: Produção industrial (outubro)
- 12h – Europa: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
- 12h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
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