IF Hoje: Mercado vai olhar para a tramitação do arcabouço, Petrobras e preço das commodities
Nesta quarta-feira (17) o investidor segue monitorando o andamento do texto do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, que deve ter sua urgência votada hoje no Plenário da Casa, para que na próxima semana haja a votação do texto final do projeto.
O novo arcabouço fiscal é uma das maiores prioridades da área econômica do governo Lula, junto com a reforma tributária. O avanço do texto no Congresso é uma das esperanças para que a bolsa inicie outro ciclo de alta.
O relator do projeto na Câmara, o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) protocolou ontem o relatório sobre o projeto de lei do novo arcabouço fiscal, e fez algumas alterações no texto, como incluir gatilhos de contenção de gastos e reduzir as despesas que não ficarão sujeitas às novas regras.
O Bolsa Família, principal programa social do governo, não ficará de fora da nova regra.
Para que possa ser concedido um aumento real ao Bolsa Família, no caso de descumprimento da meta fiscal, o presidente Lula terá de enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional, e conseguir aprovar o texto.
Isso não acontecerá, no entanto, com o salário mínimo, que foi excluído das punições (gatilhos a serem acionados) no caso de descumprimento das metas.
Petistas e aliados do presidente queriam que tanto os reajustes do salário mínimo quanto os do Bolsa Família ficassem de fora da regra que limita despesas.
Combustíveis ‘abrasileirados’
A Petrobras anunciou ontem uma redução no preço dos combustíveis com corte de R$ 0,40 na gasolina (-12%, impacto de -31bps), R$ 8,90 no gás de botijão (-21%, impacto de -7bps) e R$ 0,44 no diesel (-13%, impacto de -2bps).
Ao final da noite de ontem, Lula comemorou o corte nos preços e disse ser “apenas o começo”.
O anúncio do corte fez o Itaú reduzir sua projeção de IPCA para 2023 de 6,0% para 5,8%. Para 2024, a projeção foi mantida em 4,5%.
Lula viaja para cúpula do G7 no Japão
No centro dos holofotes, Lula viaja hoje para o Japão, onde participará do encontro da Cúpula do G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo.
O Brasil não era convidado para o evento desde 2009, no segundo governo de Lula.
Lula irá defender no encontro temas como segurança alimentar, preservação da Amazônia e a paz entre Rússia e Ucrânia.
O presidente brasileiro tem proposto a criação de um “clube” de países que possam fazer a intermediação de um cessar-fogo entre os dois países.
Agenda
No Brasil, o IBGE divulga os dados de Vendas no Varejo de março e anual. IGP-10 da FGV
Japão tem dados de Produção Industrial e de Utilização de sua Capacidade Instalada referentes ao mês de março.
Taxa de desemprego na França. A atual está em 7,2%.
Número de licenciamento de veículos em abril na Itália, Reino Unido, Espanha, Alemanha e França.
Zona do Euro reporta o IPC de abril e seus núcleos. As projeções são de 7% de inflação em 12 meses e 0,7% em abril. O núcleo anual deve ser de 5,6%.
Portugal reporta seu PIB.
Nos EUA, o dado mais relevante é o de produção e estoques de petróleo e de seus derivados.
Mercado ontem
Após se manter em alta durante boa parte do pregão, o Ibovespa inverteu a direção depois das 15h30 e fechou no vermelho após uma sequência de oito altas seguidas, enquanto o dólar quebrava a dinâmica de cinco altas, em movimento de ajuste.
O principal índice da bolsa brasileira fechou com perdas de 0,77%, aos 108.193 pontos. Já a moeda americana avançou 1,15%, cotada a R$ 4,9438.
O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, pressionado por indicadores de EUA, zona do euro e China que indicaram que a economia global está em desaceleração. O fraco desempenho da atividade nas principais potências do mundo tende a reduzir a demanda por petróleo no futuro próximo, pesando sobre os preços no mercado futuro.
O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para julho recuou 0,35%, a US$ 70,84, e o do Brent – referência global – para o mesmo mês cedeu 0,43%, a US$ 74,91.
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