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Moody’s melhora perspectiva para o rating do Brasil; Entenda o que isso significa
A agência de classificação de risco de crédito Moody’s mudou nesta quarta-feira, a perspectiva para a nota Ba2 atribuída ao governo brasileiro, de estável para positiva.
A instituição atribuiu a decisão à expectativa de maior crescimento econômico do país, a reformas estruturais e a menores receios de mudanças na política.
“Um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”, afirmou a Moody’s, no relatório.
Contudo, a agência alertou que ainda existem riscos em relação à dívida do país, que considera sensível a choques económicos e financeiros.
Isso é aliviado em parte pelo fato de o Brasil ter uma economia grande e diversificada, acrescentou.
Foi a primeira movimentação da agência desde 2018, mudou a perspectiva de negativa para estável.
Projeções
A avaliação da Moody’s leva em conta uma estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça cerca de 2% em 2024-25.
Para a avaliadora, o crescimento mais robusto do PIB nos últimos anos resulta de reformas executadas por diferentes governos nos últimos anos. Esse crescimento, nos últimos anos puxado pelo agronegócio, deve se estender para a indústria e serviços, com um mercado de trabalho forte e salários mais elevados.
Apesar de um ambiente político polarizado, a Moody’s apontou que o país tem aprovado reformas, como a trabalhista e, mais recentemente, a tributária.
Com o arcabouço fiscal adotado pelo atual governo no ano passado, a agência espera que o déficit fiscal primário do Brasil diminuam em 2024-25.
Qual a distância para o grau de investimento?
A mudança na perspectiva significa que aumentou a chance de a Moody’s subir a nota atribuída à dívida soberana do Brasil.
Ou seja: na avaliação da agência, o risco de o país não pagar a pública diminuiu.
Então, os títulos do governo brasileiro ficam mais atrativos para investidores mais avessos a risco.
A escala da Moody’s tem níveis, ou ratings, como mostra a tabela abaixo:
Grau de investimento | Característica |
Aaa | O mais alto grau |
Aa1, Aa2, Aa3 | Grau alto |
A1, A2, A3 | Grau médio-alto |
Baa1, Baa2, Baa3 | Grau médio |
Grau Especulativo | |
Ba1, Ba2*, Ba2 | Especulativos |
B1, B2, B3 | carece de características de um investimento desejável |
Caa1, Caa2, Caa3 | Altamente especulativo |
Ca | Altamente especulativo |
C | Rating mais baixo, perspectivas frágeis |
Menos risco, menos juros
Nesse raciocínio, quanto mais alto estiver a nota de um emissor de dívida, seja um governo ou uma empresa, melhor o rating.
Na prática, essa classificação ajuda investidores a decidirem medirem se vale a pena comprar ou título de dívida daquele emissor, considerando o juro embutido.
Então, de forma simplificada, quanto menor o risco de calote, menos o emissor terá de pagar em rentabilidade.
Algumas classes de investidores só aceitam comprar papéis de dívida que são classificadas como “grau de investimento”, ou seja, de baixo risco.
No caso, a nota da Moody’s para o Brasil (Ba2) ainda está dois degraus abaixo do grau de investimento.
Outras duas reconhecidas agências internacionais de rating de crédito, a Standard & Poor’s e a Fitch, têm nota BB para o país, também especulativo, com perspectiva estável.
Ambas usam a seguinte escala:
AAA | Mais alta qualidade |
AA | Qualidade muito alta |
A | Qualidade alta |
BBB | Boa qualidade |
BB* | Especulativo |
B | Altamente especulativo |
CCC | Risco substancial |
CC | Risco muito alto |
C | Risco excepcionalmente alto |
D | Inadimplente |
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