Melnick tem recuo de 28% no lucro líquido no 4º tri; ano é afetado por enchentes no RS

A incorporadora Melnick registrou queda no lucro líquido do 4º trimestre de 2024, impactada por enchentes e juros altos. Apesar disso, o ano terminou com aumento nos lançamentos e distribuição de dividendos.

A incorporadora gaúcha Melnick registrou no quarto trimestre um lucro líquido de R$ 34 milhões, recuo de 27,6% sobre o mesmo período de 2023.

A receita líquida avançou 3% nesse intervalo, para R$ 397 milhões, enquanto a margem bruta recuou 2,2 pontos percentuais, para 26,5%.

Inteligência Financeira
SIMULE AMBOS OS CENÁRIOS
Alugar ou financiar imóvel?

Baixe a planilha e descubra qual opção ajuda você a construir seu patrimônio.

ou preencha os campos abaixo

    Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

    Houve queima de caixa de R$ 31,2 milhões no quarto trimestre, ante geração de R$ 6,5 milhões no final de 2023.

    De outubro a dezembro, a Melnick lançou quatro empreendimentos, sendo dois prédios e dois loteamentos, com valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 251 milhões, ante R$ 57 milhões no último trimestre do ano anterior. O dado se refere apenas à participação da incorporadora nos projetos.

    As vendas líquidas cresceram 10% nesse intervalo, para R$ 236 milhões.

    Presidente explica opção por concentrar lançamentos no alto padrão

    Leandro Melnick, presidente da empresa, afirma que, por causa dos juros altos, a incorporadora tem concentrado seus lançamentos no alto padrão, em loteamentos e no segmento econômico, reduzindo a participação na classe média.

    “Nos segmentos econômico e de alta renda, estamos vendo recuperação de preço, já na classe média, nenhuma recuperação”, conta.

    No acumulado de 2024, a empresa registrou lucro líquido de R$ 71 milhões, queda de 8,6% sobre o ano anterior.

    Leandro afirma que houve impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram no segundo trimestre.

    A Melnick não fez lançamentos nem avançou nas obras durante o período, o que comprometeu o reconhecimento do lucro naqueles meses. De abril a junho, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 29 milhões.

    “O andamento das obras está altamente relacionado à geração de lucro, e ficamos um trimestre sem produzir”, afirma o executivo. A companhia esperava, para aquele momento, um lucro de cerca de R$ 30 milhões.

    Do valor que a companhia deixou de lucrar naquele trimestre, cerca de R$ 40 milhões devem aparecer no balanço nos próximos dois anos, segundo Leandro, conforme as obras avançarem. “O prejuízo causado pela enchente mesmo foi de R$ 7 milhões”, diz.

    Queda na receita líquida, alta nas vendas líquidas

    A receita líquida da Melnick caiu 13% no ano, para R$ 1,03 bilhão. A margem bruta subiu 1,1 ponto, para 24,9%.

    A companhia lançou dez projetos em 2024, com VGV potencial de R$ 1,09 bilhão, alta de 49%. As vendas líquidas cresceram em menor volume, de 3%, para R$ 837 milhões.

    Houve, no ano, geração de caixa de R$ 70,9 milhões, alta de 37% sobre 2023. A Melnick terminou o ano com caixa líquido de R$ 104,5 milhões, e uma posição de caixa líquido sobre patrimônio líquido de 8,6%, ante 9,5% um ano antes.

    Como consequência, a empresa aprovou, em janeiro, uma redução de capital social de R$ 150 milhões, sem cancelamento de ações, mediante restituição em dinheiro aos acionistas, na ordem de R$ 0,73 por ação, a ser paga no próximo dia 28.

    “O nosso caixa está maior do que vamos operar, porque o cenário [macroeconômico] nos impõe restrições de crescimento”, explica Leandro. Segundo ele, esse cenário deve durar ao menos mais dois anos.

    Em 2024, a empresa distribuiu outros R$ 81,4 milhões em dividendos, sendo R$ 40 milhões no último trimestre.

    *Com informações do Valor Econômico

    Este site usa cookies e dados para fornecer serviços e analisar audiência.Saiba mais