Marisa (AMAR3) vai fechar quase 100 lojas em processo de reestruturação

A varejista registrou prejuízo de R$ 149 milhões no primeiro trimestre, alta de 64,2% em relação ao mesmo período de 2022

A Lojas Marisa (AMAR3) reduziu em 37% as promoções no primeiro trimestre deste ano, o que reflete parte do ganho de margens registrada no período. A companhia promoveu na terça-feira (16) teleconferência de resultados trimestrais.

O diretor de operações, Alexandre Abreu, afirma que a redução nas promoções reflete a estratégia de rentabilização planejada pela empresa, o que sustentou o avanço das margens. O repasse de preços médios no último trimestre, acompanhando a “proposta de valor da companhia”, ficou em 14,3%.

A margem bruta ajustada do segmento de varejo foi de 49,5% entre janeiro e março, o que representa ganho de 2,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022.

De acordo com o executivo, o canal digital foi o mais impactado pelas reduções nas promoções e também por uma “racionalização dos investimentos em marketing”. “Não foi necessário usar tanta remarcação com melhora de mix e melhora dos produtos”, afirmou durante a teleconferência.

A Marisa registrou prejuízo de R$ 149 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 64,2% em relação ao mesmo período de 2022. No critério ajustado, o prejuízo avançou 19,1%, para R$ 106,8 milhões.

Já a receita líquida de varejo somou R$ 440,5 milhões entre janeiro e março, leve alta de 1,3% no comparativo anual.

Reestruturação e fechamento de lojas

A Marisa Lojas estima que sua reorganização some redução de R$ 51,8 milhões em despesas gerais e administrativas, segundo apresentação realizada na teleconferência.

Do valor total, cerca de R$ 32,2 milhões — ou 62% — são referentes à revisão de estrutura da companhia. A Marisa está promovendo o fechamento de 91 de suas 334 lojas por serem “deficitárias por definição”, com margem de contribuição negativa, de acordo com o diretor de operações Alexandre Abreu.

Durante a primeira onda de reestruturação foram fechadas 25 lojas, com ganho de Ebitda potencial estimado em R$ 13,5 milhões ao ano.

A companhia passa atualmente pela segunda fase, prevista para terminar no fim de maio, com Ebitda potencial anual de R$ 26,7 milhões. O projeto será finalizado na terceira fase, com outros 33 fechamentos, e impacto positivo de R$ 21,5 milhões no Ebitda anual.

O diretor-presidente da companhia, João Pinheiro Nogueira Batista, afirma que o primeiro trimestre da Marisa foi positivo apesar do cenário macroeconômico adverso, com altas taxas de juros.

O executivo falou ainda sobre “contrabando chinês”, sem mencionar nomes de concorrentes do comércio internacional. “Não considero exagero a expressão ‘contrabando chinês’, é um contrabando organizado”, afirmou.

De acordo com João Nogueira, “houve algum estardalhaço” na imprensa em relação a ações de despejo de alugueis, em razão de pagamentos atrasados, e a dois pedidos de falência apresentados por credores.

Mbank

O desempenho do Mbank, aliado a despesas não-recorrentes, levou ao aumento do prejuízo da Marisa Lojas no primeiro trimestre deste ano. A declaração foi dada pela diretora financeira Roberta Ribeiro Leal, durante teleconferência.

O Ebitda do Mbank de R$ 17,9 milhões no primeiro trimestre de 2022, foi revertido em um resultado negativo de R$ 14,4 milhões no primeiro trimestre de 2023.

A diretoria da varejista de moda destacou que seu banco está passando por uma reestruturação “para torná-lo mais transparente e compreensível do ponto de vista do investidor”.

A apresentação destaca que os acionistas controladores realizaram um aporte de R$ 90 milhões no braço financeiro do grupo, cujo plano de reestruturação foi homologado em abril pelo Banco Central.

Ainda segundo a diretoria da Marisa Lojas, a concessão de crédito está mais seletiva como forma de “enfrentar esse momento de forte inadimplência e contração de renda vivido pelos clientes”.

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