Livraria Cultura tem falência decretada por descumprir recuperação judicial
Juiz citou na sentença que o Prêmio Nobel de Literatura José Saramago descreveu a Livraria Cultura em SP como uma catedral de livros, moderna, eficaz e bela
A Justiça de São Paulo decretou a falência da Livraria Cultura, após descumprimento da recuperação judicial pela empresa. A recuperação é administrada pela Alvarez & Marsal.
A decisão aponta, segundo os administradores judiciais da companhia, a inadimplência de R$ 1,6 milhão e que seu comportamento no processo de reestruturação “beira o descaso”.
A decisão é do juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
De acordo com a decisão, o magistrado considerou, entre outros elementos, relatos de “indícios de fraudes” por sócios da Livraria Cultura. Ele ainda oficiou o Banco Central e o sistema Sisbajud para a determinação do bloqueio de ativos financeiros e contas em nome da falida.
“É notório o papel da Livraria Cultura. Notória a sua (até então) importância, e não apenas para a economia, mas para as pessoas, para a sociedade, para a comunidade não apenas de leitores, mas de consumidores em geral. É de todos também sabida a impressão que a Livraria Cultura deixou para o Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, que a descreveu como uma linda livraria, uma catedral de livros, moderna, eficaz e bela. Mas a despeito disso tudo, e de ter este juízo exata noção desta importância, é com certa tristeza que se reconhece, no campo jurídico, não ter o Grupo logrado êxito na superação da sua crise”, afirmou o juiz em sua sentença.
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