Luciana Rabelo, do Itaú: IPCA deve acelerar em fevereiro, mas trajetória da inflação em 2024 continua sendo de queda

Economista do banco indica pressão de reajustes escolares e do aumento da gasolina nos postos

Apesar de ter ficado acima das expectativas em janeiro de 2024, o IPCA desacelerou em relação a dezembro de 2023. Além disso, a variação da inflação oficial foi a menos intensa para o primeiro mês do ano desde 2021.

Vamos aos números: o IPCA em janeiro ficou em 0,42%, enquanto o mercado esperava 0,35%.

Antes, em dezembro de 2023, a variação do índice foi de 0,56%. E lá em janeiro de 2021, a taxa ficou em 0,25%.

Destaques do IPCA

Mais cedo, no comunicado, o IBGE destacou alimentos e bebidas (1,38%) como o grupo que exerceu a maior pressão em janeiro (0,29 ponto percentual).

Por outro lado, a queda das passagens aéreas (15,22%) impediu uma alta mais forte da inflação no mês.

Sem o impacto do item (-0,15 ponto percentual), o IPCA de janeiro teria sido de 0,57%.

Mas, conforme Luciano Rabelo, economista do Itaú Unibanco, esses movimentos já haviam sido antecipados na leitura do IPCA-15.

Então por que a inflação de janeiro ficou acima das previsões do mercado?

Rabelo, do Itaú Unibanco, aponta dois destaques.

“A surpresa (viés de alta) veio especialmente em industriais subjacentes, puxado por higiene pessoal, que é um item particularmente volátil, e vestuário”, diz.

“Em relação aos núcleos, também houve uma aceleração de serviços bancários”, acrescenta a economista.

O que vem pela frente

Para fevereiro de 2024, Luciana Rabelo adianta que o IPCA deve voltar a acelerar.

“Parte pelo preço da gasolina, com aumento da cobrança do ICMS”, diz.

“E pela pressão dos reajustes escolares e de cursos”, prossegue.

Contudo, a economista do Itaú reforça que a trajetória da inflação ao longo de 2024 continua sendo de queda.

“Pela nossa projeção atual, o IPCA deve fechar o ano com alta de 3,6%”, afirma.