IPCA-15: prévia da inflação desacelera a 0,21% em outubro, com alívio na gasolina e disparada das passagens aéreas entre os destaques

Taxa em 12 meses avançou a 5,05%; resultados ficaram dentro do esperado pelos agentes financeiros

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta quinta-feira (26) que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,21% em outubro após alta de 0,35% em setembro. Assim, no acumulado em 12 meses, a prévia da inflação oficial brasileira avançou a 5,05% ante 5% da leitura do mês anterior.

Os resultados ficaram dentro das estimativas dos agentes financeiros. As medianas das expectativas eram exatamente de 0,21% para o índice mensal e de 5,05% para a soma em um ano, conforme as Projeções do Broadcast.

Passagens aéreas disparam

Entre os grupos pesquisados, conforme o IBGE, sete tiveram alta, com a maior variação (0,78%) e o maior impacto (0,16 ponto percentual) no IPCA-15 de outubro registrados por transportes pelo segundo mês consecutivo.

Além disso, o resultado foi bastante influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 23,75% e tiveram o maior impacto individual (0,16 p.p) no índice geral.

Já o item combustíveis teve queda de 0,44%, com recuo nos preços nos subitens gasolina (-0,56%), etanol (-0,27%) e gás veicular (-0,27%). Apenas óleo diesel (1,55%) registrou alta.

Os grupos saúde e cuidados pessoais (0,28%) e habitação (0,26%) também tiveram aumento nos preços na prévia da inflação do mês. Ambos contribuíram 0,04 p.p. cada.

O subitem plano de saúde apresentou alta de 0,77%. Os itens de higiene pessoal também subiram (0,05%), puxados pelas altas dos subitens perfume (1,24%) e produtos para cabelo (0,45%).

Em habitação, destacam-se as altas do gás de botijão (1,24%) e do aluguel residencial (0,29%). A taxa de água e esgoto (0,27%) também subiu de preço. Por outro lado, a energia elétrica residencial mostrou queda de 0,07% no mês.

Alimentos aliviam inflação novamente

O alívio no IPCA-15 de outubro contou com a influência mais relevante de alimentação e bebidas (-0,31% e -0,07 p.p.), que recuaram pelo quinto mês consecutivo.

O subgrupo alimentação no domicílio, com retração de 0,52%, mostrou desaceleração ante o mês anterior (-1,25%) e exerceu importante impacto no resultado do grupo.

Entre os subitens, destacam-se as quedas do leite longa vida (-6,44%), a principal da prévia do inflação, além do recuo nos preços do feijão-carioca (-5,31%), do ovo de galinha (-5,04%) e das carnes (-0,44%). Já o arroz (3,41%) e as frutas (0,71%) subiram de preço no mês.

Na análise do subgrupo alimentação fora do domicílio, a pesquisa registrou alta de 0,21%, uma desaceleração em relação a setembro (0,46%). Também a alta da refeição (0,22%) foi menos intensa que a do mês anterior (0,35%). Já o lanche, que recuou 0,11%, teve queda de preços após uma alta em setembro (0,74%).